São Paulo

Eu, eu mesmo e o São Paulo

Desculpem, mas eu não vou conseguir. Tentei, juro, mais de 5 vezes.  Escrevi da emoção do gol, do lance, do Lucas, do time, do Morumbi cheio, mas simplesmente não sai nada que preste.

Ja passa da meia noite, não costumo demorar mais do que 15 minutos pra escrever nada. Mas desta vez não consigo.

Sei porque, é simples. Quando vejo paixão nos outros estou apenas olhando, portanto consigo equilibrar o que vi com o que senti. Com o São Paulo, meu clube, não consigo. Ou critico demais, ou me sinto um mau jornalista por exalta-lo demais.

Hoje fui ao Morumbi, como há 2 anos não fazia. Sem credencial, sem nada. Só com a patroa e a vontade de ir torcer pro meu time num jogo de mata-mata.

Bati o carro no caminho, cheguei antes, não tinha almoçado. Foi tudo uma merda.

Passei 87 minutos vendo aquela bosta de jogo, o Luis Fabiano dando aquela pipocada master em jogo decisivo pela trigésima vez e eu já pensando no quanto ia detona-lo pelos gols perdidos.

Nervoso, xinguei, chutei a cadeira, mandei o sujeito da frente calar a boca. Sabe aquele monte de absurdo que só um desequilibrado faz?

Então…

E aí ela entra.

Aos 43, como num filme. Lá vai caixinha do habibs, celular pro alto, abraço nos amigos, jogo a mulher pra cima, esqueço por 1 minuto de quem eu sou e do que faço.

Mas não. Na real eu esqueço de quem sou em todos os minutos da minha vida, não naquele.

Naquele era o que realmente sempre fui. Um apaixonado torcedor.

E o meu São Paulo… Peraí, deixa eu repetir porque eu raramente tenho coragem de dizer isso: “Meu São Paulo!”.

Pronto, me sinto melhor agora.

Que alegria. Como é gostoso não ser um caga-regra jornalista e voltar a ser um inconsequente torcedor desequilibrado. Se um RicaPerrone escreve no twitter naquele momento que “não merecia o gol”, eu juro que mandava ele se foder. Como vocês me mandam, e com razão.

Eu não vou, mas merecia ir. Porque a razão vai fazendo a gente esquecer como é torcer. E mesmo torcendo, em casa ou da cabine de imprensa, não temos mais aquela sensação irritantemente gostosa de odiar quem fala mal do nosso time, por mais razão que ele tenha.

Foda-se meu carro, foda-se tudo. Eu fui, como outros milhões, o cara mais feliz do mundo. Mesmo que só por 1 minuto. Mas fui.

Vai dormir, RicaPerrone!  Que importa sua analise tática ou criticas “construtivas” a essa hora?

Jornalista de merda!  Aqui é São Paulo, porra!

abs,
RicaPerrone, bipolar.

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