Esclarecedor
Se você um dia duvidou, não fará novamente. Se em algum momento questionou o que lhe era “contado” e você não podia ver, não questionará mais. E se passou pela sua cabeça que aquele time antigo, tradicional e tão famoso que jogava a série C há alguns anos tinha acabado, reavalie. Você errou.
O Fluminense de 2012 esclarece uma série de questões.
Se 2008 foi sorte, se 2010 um presente do Mestre Splinter ou um surto de competência em meio a mediocridade. Se as recentes boas campanhas são fruto do acaso, se Fred caiu de para-quedas ou se há algum mérito num clube ir buscar Cavalieri e Jean enquanto todos entendiam precisar de zagueiros.
Zagueiros que, de novo, esclareceram. Gum, Euzébio, Digão e Anderson formam a defesa que mais ouviu “precisar de reforços” na história dos campeões brasileiros. E, de novo, não precisou.
Quem sabe agora, tenha ficado claro: Eles dão conta.
O atacante vaiado na seleção hoje é aclamado para que volte a ela. O “infiél” filho que visitou a farda inimiga é tido como indispensável.
Um gigante que surtou, mas na ida a série C e não nas conquistas recentes.
O Fluminense é isso, não aquilo.
Se para muita gente nova este Flu surpreende, aos que tem alguma noção de história surpreendia aquele que capengava.
Não direi que o Rio amanheceu mais feliz, porque não é verdade. Amanheceu nublado, como a cabeça de tantos jovens torcedores que nunca entenderam a grandeza do time que foi ao fundo do poço, ou dos rivais que tentaram decretar seu fim ao menor sinal de fraqueza.
O Flu voltou pro lugar de onde nunca saiu. Se havia dúvidas, não há mais. Não foi um raro momento de lucidez, nem uma campanha de sorte. É uma seqüência que coloca o Tricolor no patamar de melhor time do país, favorito a América e sim, o “time a ser batido”.
E quase ninguém bateu.
Se você, desavisado, esperava uma festa nas ruas parando a cidade, errou de novo. O Flu não faz multidões, carrega uma selecionada minoria que goza de uma rara condição. A condição de se reinventar, de levantar ainda maior do que quando caiu.
Fluminense é a exceção, não a maioria. Em campo, fora dele, em sua história e nas suas épicas campanhas.
É o rebaixado que não cai, o morto que nasce de novo e único campeão com folga que consegue ter “sofrido” pra chegar lá.
Eles querem que você “pague a série B”. E você, com aquela soberba insuportável que acompanha as três cores mais incomuns do planeta, pode responder:
“É claro, desculpe o atraso. Tem troco pra quatro?”.
Parabéns, Flu!
abs,
RicaPerrone