Faltam 3
Era um dia decisivo. A vaga escorreria pelos dedos ou seria o alvo nas rodadas finais. As ovadas no aeroporto saberiam, enfim, se viraram omeletes ou apenas sujeira.
E lá vem eles. Sorrindo, quem diria?
De cabeça erguida enfrentando a insuportável pressão de não poder terminar, de forma alguma, da maneira que o Fogão quase sempre termina uma temporada.
Eleitos a mudar a história, escrever um novo final, doa a quem doer.
Lá vem eles. Cheio de “poréns”, comandados pelo negão gringo que, dizem, não fala com ninguém.
Sorrindo carrega com ele gerações de novos botafoguenses que querem a foto com o ídolo do papai. Ele se livra da marcação infantil, reune a tropa e orienta.
Em questão de minutos está tudo nas mãos. 2×0, uma grande atuação, um abraço coletivo no “odiado Seedorf” e o fim de muita merda que se lê por aí.
Claramente no limite físico, o Botafogo tentou resolver tudo logo de cara e conseguiu. Aquele desenhado segundo tempo de pressão e angustia foi abafado pela volta de um garoto que até outro dia era candidato a salvador da pátria, hoje, mera opção “inválida” de quem “não tem elenco”.
4×0, um massacre no tal do Atlético PR.
O Botafogo que não sabe lidar com o favoritismo explica, de novo, por linhas tortas, que pode. Desde que não seja obrigado a poder.
Lusa, Ponte, Bahia. Tanta gente com quem ele podia. Preciosos pontos que serão ou não lembrados no dia 8, ao anoitecer, quando todos os “se” morrerão abraçados.
Enquanto isso, no excêntrico mundo botafoguense, mais 3 rodadas de dúvida.
E enfim, no Maracanã, contra o Criciuma, dirão com as mãos na cabeça: “Eu não acredito!”, ou, “Eu sempre acreditei!”.
abs,
RicaPerrone