Jogos mortais
De uma confiança incomum a um silêncio fúnebre.
O Maracanã passou por todas as etapas do que pode sentir um torcedor de futebol neste sábado. Do medo, ansiedade e confiança do pré-jogo ao extase da virada durante a partida. Terminando com a frustração de se encontrar perto de um improvável rebaixamento.
“De novo?! Vai começar tudo de novo?!”, pergunta o torcedor do Flu olhando pro céu.
Foi um jogo dramático, uma pelada, um festival de bicos pro alto que se vencesse seria demonstração de raça, empatando insinua-se que faltou calma.
O gol de Tardelli, melhor em campo, fez o Fluminense se atirar para o tudo ou nada.
Tudo!
E então, com os dois pássaros nas mãos, afrouxou os dedos e um saiu voando.
Um silêncio de dar medo.
Sai do estádio 3 minutos antes, rondei por ali até acabar e fui logo para o metrô. Quando ele chegou já tinha bastante gente pra entrar no vagão, mas se caísse um alfinete no chão, escutaríamos.
Não houve reação de revolta, violência ou falsa confiança. A saída do Maracanã hoje é o retrato de um time que acordou tarde. Que percebeu sua fragilidade quando já tinha brincado demais com ela.
Ainda dá. É claro que dá.
Mas eles achavam que era hoje o dia. Não em Salvador.
Ora, chega a ser petulancia! Mas era contra o possível “melhor do mundo” que o Flu queria salvar-se do rebaixamento?
Era.
E agora, rezando por um milagre no Mineirão, ou quem sabe a benção de João de Deus em Criciúma, no Couto Pereira e no Maracanã, o tricolor dorme sem saber no que acreditar.
Sabe, porém, do que não deve duvidar.
E isso basta para que se lembre, seja nas condições que for, que ainda tem mais um jogo.
Silêncio não é choro. É só silêncio.
abs,
RicaPerrone