Um Vasco que não fala a mesma língua
Também assisti ao jogo e me surpreendi com o resultado. Apesar de construído com ajuda de lances isolados, como a expulsão do goleiro e o gol relâmpago, a Ponte Preta foi superior ao Vasco e mereceu vencer.
Aí termina o jogo e você vai procurar as estatísticas exclusiva da Opta, a maior do mundo no assunto, para localizar onde o Vasco “perdeu o jogo”, ou onde a “Ponte ganhou”.
Surpreso fiquei com o Vasco tendo números melhores em todos os quesitos. Se eu mostrasse a estatística do jogo sem o placar ninguém diria que foi 3×0 para a Ponte.
Mas números são como biquini, mostram tudo menos o que interessa.
Então individualizei os dados. E cheguei a alguns números complicados de não destacar.
Dagoberto tocou na bola 18 vezes. Julio dos Santos, que saiu no primeiro tempo, tocou 19. Atrás de que volante o Dagoberto estava escondido hoje?
Rodrigo, Luan e Guinazu foram os que mais tocaram na bola pelo Vasco. Mas mesmo com 19 toques, a pior média de acertos foi do Julio, com 61,5%.
Então vamos para “entradas na área adversária”. Imaginamos o que? Um atacante. Não. O lateral Christiano foi quem mais entrou na área da Ponte. Madson, o segundo.
O que isso significa? Que o time do Vasco só conseguiu entrar ali jogando pelas laterais, sem qualquer infiltração trabalhada pelo meio campo.
O mapa de calor individual pode também contribuir pra discussão.
É constrangedor.
Mas essas diferenças mostram que o Vasco tem um time bastante desequilibrado, com uma brutal falta de coletividade.
Alguns tem a bola o tempo todo, outros sequer participam do jogo.
Uns acham que falta apenas “jogador”, eu já diria que faltam alguns que ali estão entrarem de fato em campo.
abs,
RicaPerrone