Sem bola

Jô, o anti-cristo da semana


É assim que funciona uma rede social. Como disse outro dia sobre o tema (leia esse post), basta discordar de algo ou não conseguir compreende-lo e em minutos cria-se a mais nova figura do demônio na web.

Jô Soares é humorista, faz um programa de entretenimento há uns 200 anos e nunca teve o papel jornalístico de entrevistador na emissora que trabalha.  Para o mundo talvez seja uma linguagem técnica demais, vou explicar.

Entretenimento é quando você distrai alguem com alguma coisa. Quando a entretem, a diverte.  Jornalismo é quando você a informa sobre alguma coisa.

Futebol, por exemplo, é entretenimento. E o jornalismo dentro dele já nasce errado quando o lado “isento” compra ou não o direto de um evento. Há negócio, interesses, logo, não há jornalismo.

Jô é o cara que vai perguntar sobre a cueca favorita do Rogério Ceni e, talvez, sobre algo relacionado a futebol diretamente.

Willian Bonner entrevistaria Dilma do jeito que a maioria deseja. Mas o Jô, não.

Era de se esperar. E mesmo que eu seja um cara anti-PT, que odeie o atual governo e discorde de tudo que está aí, eu não posso ser estúpido ao ponto de achar que um sujeito culto e inteligente como ele não tem o direito de ter opiniões diferentes das minhas.

Engana-se quem acha que era seu papel massacrar a presidente. Engana-se mais ainda quem acha que isso tem a ver com sua posição política.

Jô faz o que faz há 3o anos e nunca massacrou ninguém no ar, ou sequer fez uma entrevista do tipo a que as pessoas esperavam dele sexta-feira passada.

Não confunda o que você gostaria de ver com o que é “dever” de quem está no ar fazendo televisão.

E não, eu não concordo com o Jô. Mas nem com você.

abs,
RicaPerrone

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