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O garoto racista

Eu não vou repetir o nome dele porque em 1 mes ninguém mais vai lembrar. E isso é muito importante que aconteça, já que não tem sentido acabar com a vida de alguém por umas frases idiotas no twitter.

O  tal “racista da ESPN” não está pagando por ter chamado alguém de macaco. Já aconteceu comigo diversas vezes o linchamento virtual e não preciso que ninguém me explique como funciona, o que se sente e o quanto é justo ou injusto.  Ele está pagando pelo emprego que tem e pela hipocrisia de seus superiores.

O rapaz é o meio de atingir a emissora, não um fim. Pessoas de pouca responsabilidade e amor pelo futebol rotulam torcidas e clubes como bem entendem em seus toscos telejornais azedos e geram uma reação coletiva entubada. O torcedor concorda, discorda, mas sabe que dali só vem tiro.

E quando resolve devolver porque se sentiu lesado, encontra facilmente uma forma de mostrar a hipocrisia alheia. Até porque, o ser humano é hipocrita da hora que acorda a hora que vai dormir, seja ele qual for.

O garoto escreveu coisas que eu não faria com 12 anos. Simplesmente porque meu pai me bateria se eu chamasse um negro de macaco sem ser no meio de uma briga, talvez.  É uma questão de educação, mas que as vezes o garoto não tenha tido porque o pai também não teve. Vai saber.

A questão, caro garoto, é que você não precisa ficar sem dormir. Pode relaxar, eu garanto. Em 1 mes ninguém sabe mais do que estão falando. Esse é o mundo virtual e suas reações exageradas.  Se o twitter fosse realmente uma amostragem significante do que entendemos por mundo, o canal que você trabalha teria audiência.

O  seu “macaco”, garoto, é só pra lembrar aos cabeças da emissora que todo lugar tem gente que comete erros e que generalizar é uma injustiça. Tal qual fizeram com Gremio e Flamengo, no segundo caso, inclusive, sem a menor base pra sequer começar o debate.

Mas você sabe, trabalha lá. São aqueles 3 ou 4 que fazem o seu trabalho ser mais dificil todo santo dia. Mas é uma escolha da casa mante-los na linha de frente. E isso tem um preço.

Outros tantos vieram defende-lo dizendo que não, que “macaco” era normal.  E logo puxamos o histórico pra ver que eram amigos que também tinham cometido o mesmo “crime” há algum tempo no twitter.  Curioso, pois era mais fácil correr pra apagar do que entrar na dividida contra uma adversário imbatível.

Garotão, eu não te acho um merda pra sempre pelo que você disse. Acho que você era um merda quando disse, e acho um absurdo o que você disse. Mas entenda que ninguém quer bater em você. Querem jogar você na cara da sua empregadora. É diferente.

Fica tranquilo. A vida é uma foda, ainda mais quando se vende opinião. Se tudo der certo na sua carreira, você será um vascaíno filho da puta na terça, um santista viado na quinta, um urubu tomara-que-sua-mae-morra no sábado, e por ai vai.  É assim que funciona o mundo da web.

Ele tem espaço pra todo tipo de imbecil. Inclusive pra você, que quando escreveu aquilo, era no mínimo um imbecil.

Segue o jogo. Todo mundo erra.  O problema é quando o erro é instituicional, hipocrita, mal intencionado e ainda assim permitido internamente.

abs,
RicaPerrone

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