Sem manchas
Na frente de uma loja dois sujeitos se apaixonaram por uma linda camisa. Quase que ao mesmo tempo entraram e perguntaram ao vendedor o preço. Constrangido, ele os informou que só tinha uma.
Os dois homens começaram a se empurrar, dizer que um chegou primeiro, que outro era mentiroso, etc. Um era mineiro, o outro paulista. Embora a preferência por cores e vestimentas fossem tão semelhantes, os dois se pareciam muito pouco.
Após breve discussão, o paulista levou a camisa. Enfurecido o mineiro disse que era um absurdo, que só havia acontecido aquilo por ele ter menos relacionamento com a loja, etc, etc, etc.
O paulista saia da loja quando o mineiro, irritado, jogou café na camisa que ele acabara de comprar. Manchou. Mas cansados e sem mais o que discutir, foram cada um pra sua casa.
Meses depois se reencontraram em clima mais amistoso, desta vez em Belo Horizonte. O paulista tinha ido a trabalho e por isso usava sua bela camisa que comprara naquele dia.
O mineiro lhe foi cordial, aceitou o fim daquele blá blá blá e até lhe ofereceu um café. Desta vez, na xícara. Educadamente se sentaram e conversaram por quase 2 horas.
Ao final, tendo explicado durante todo este período o porque dele ter conseguido aquela camisa e não o mineiro, parece que os dois se entenderam. Cabisbaixo o anfitrião lhe abriu a porta para que pudesse ir embora e, como que num impulso, lembrou-se do café que havia atirado na última vez.
- Esta é a mesma camisa que falamos?
- Sim, estou com ela por coincidencia.
- Eu não havia jogado café nela?
- Sim, você estava nervoso. Tá tudo bem.
- Mas não machou?
- Não. Ainda assim, tive o cuidado de lavar de novo hoje.
abs,
RicaPerrone