O processo é mais importante
Adoro temas pouco polêmicos e por isso, óbvio, vou tocar no do BBB. Ele me remete ao Zé Mayer, que me remete aos outros mil casos de homofobia, que me lembra o racismo, etc, etc, etc.
E eu acho que há uma segunda discussão relevante já que a primeira é óbvia: Tá errado!
Quando um cara é racista, por exemplo, você quer que ele seja impedido de cometer o racismo ou que ele deixe de ser racista? Essa é a pergunta mais importante e menos feita nos dias de hoje.
Na minha cabeça a óbvia luta deveria ser para tirar o racismo das pessoas e não para mante-los mas sob censura. E se assim nós considerarmos uma evolução, devemos “valorizar” casos como Zé Mayer, o atual BBB, entre outros tantos, pois eles abrem os olhos, causam discussão e evolução com a reflexão.
Quando a gente inibe um racista de ser racista, não melhoramos em nada. Quando ele entende que estava pensando errado e que negros e brancos são iguais, aí sim, evoluimos em alguma coisa.
A Globo não tem que tirar o Marcos do programa. Aliás, a Globo tem pouca coisa a fazer. Como na justiça, você não pode intervir onde não há queixa. O papel mais importante neste momento é expor para que as vítimas se identifiquem como vítimas e não exatamente impedir o tal de Marcos de ser o imbecil que ele é por natureza.
Não! Não é uma vitória tira-lo dali na marra. A vitória é que milhares de mulheres olhem pra aquilo e notem que acontece em casa, denunciem, reajam, e então criem um novo ciclo onde uma nova velha estupidez deixará de ser cometida.
Mas jamais por censura. Por amadurecimento.
Toda vez que proibimos um homofóbico de falar de “viado”, ele fica mais homofóbico. Toda vez que forçamos o entendimento para que ele não QUEIRA falar aquilo, damos 10 passos a frente.
Esses casos não são “ruins” que venham a tona. A reação do massacre ao invés do amadurecimento coletivo é tão ruim quanto. E nós preferimos, porque tal qual se sujeitar, em alguns casos, é mais cômodo.
Eu não quero que ele seja expulso pela globo ou pela sociedade. Eu quero que ela o expulse. É diferente.
abs,
RicaPerrone