Eu preciso escrever da a vitória do São Paulo sobre o Palmeiras. Jornalisticamente, talvez eu devesse avaliar tática, falar do Prass, do Jean, achar “culpados” de lá, heróis de cá. Mas, foda-se.
Eu quero falar de você.
Tu sabe que eu te amo, né? A gente briga, passa tempo longe, as vezes flerta, mas no geral, sendo você o maior causador de alegrias e tristezas da minha vida desde 1978, é bem fácil perceber que te amo.
E eu assisti ao jogo de hoje como um marido que leva a esposa jantar após passar o dia com a amante. Não que eu conheça essa sensação, mas imagino qual seja.
Quarta fui ao Allianz. Hoje cedo à Arena Corinthians. E a tarde meu voo pro Rio me impossibilitava de estar no Morumbi pra te ver. Porra, tu entende que é meu trabalho, mas mesmo assim me sinto meio filho da puta. Eu tinha que estar aí, né?
Eu sabia desde o começo da semana. Falei pra todas as pessoas: A gente ganha sábado.
Porque?
Porque é você.
Você não sabe ser saco de pancadas. Você não pode ser desafiado em sua grandeza dentro de sua fortaleza. Uma vez acontece, duas, quem sabe? Mas hoje “PRECISAVA”. E quando precisa, é você.
Tu fica ai nessa fase sem personalidade que já dura uma década e a gente cansa de você. É um garoto tatuado, que vira roqueiro, depois entra pro samba, meses depois vira crente. Caralho, Tricolor! Quem é você?
Vai correr feito hoje? Vai jogar bonito feito na Florida? Vamos ser “o time da raça” todo vermelho que um asno branquinho inventou ou vamos ser o time que fomos desde a sua fundação e jogar futebol bem jogado?
Qualé a sua?
Eu to na sua. Sempre estive. E vou morrer abraçado a ela. Mesmo sem saber qual é, sem entender o que você quer e pra onde você vai, é de uma irritante e absoluta verdade constatar que você ainda é boa parte da razão da minha vida.
Obrigado por hoje. Levanta daí.
abs,
RicaPerrone