Quase iguais
Corinthians e Botafogo tem bem mais do que as cores em comum. Pelo menos em 2017 os dois foram movidos por combustível semelhante, atingiram o auge em momentos semelhantes e não conseguem que as pessoas entendam os preços a se pagar.
Os dois eram desafiantes. Ninguém esperava nada deles. Os dois fizeram um grande começo de ano, os dois inverteram a curva física, um deles por obrigação (pré-Libertadores) e o outro por inteligência, quando viu que seus concorrentes a título estavam focados em outros torneios.
Os dois fizeram a coisa certa.
Quem não está fazendo é quem os cobra pela exceção. Sim, nós estamos falando de dois times que você mesmo achava que não iam a lugar algum. E que hoje os cobra pelo que apresentaram acima. Mas pra ir acima é preciso ultrapassar limites, inclusive os físicos.
E mesmo que faça de conta que não há uma curva física que tende a ser diferente dos demais, há um fator psicologico determinante a times comuns: ser a surpresa.
Cada ponto dos dois era comemorado porque não eram cobrado. Era surpreendente. Então um dia eles passam a ser, com o mesmo time, já cansados, com os rivais se aproximando, cobrados por algo que fizeram acima do esperado.
E então o seu “algo mais” não é mais especial. É o mínimo exigido. E ele não virá, porque o físico não permite mais. E então você sabe que entra em campo para, na melhor das hipoteses, decepcionar pouco.
Acabam os sorriso, vira dever. Só cobrança. E a bola de neve gira ao contrário.
O Corinthians não tem time pra estar onde está. Nem o Botafogo pra ter feito a Libertadores que fez. Mas fizeram. E então, no final da reta, quando eles se penduram pra tentar manter, são cobrados como quem está em crise.
Entenda-os. Você está cobrando sua família pela festa surpresa do ano anterior. Só que se não fosse surpresa você tinha reclamado da falta de balões, do seu doce favorito e ainda teria se dado conta de cada “convidado” que não foi.
Aplauda-os. Empurre-os. Ou vão ter que levanta-los no fim.
abs,
RicaPerrone