Diminuído
Eu vou escrever algo que não vai soar familiar aos não sócios, talvez agressivo aos sócios. Mas eu sinto tanta falta de escrever sobre a mística do Fluminense que me incomoda muito vê-lo cada vez mais longe dessa pauta. Reclamam que passei a falar mais desse ou daquele, mas na real é o Flu que não me dá pauta alguma.
Eu não conheço o Abad, conhecia o Peter, tinha ótimo relacionamento com ele e tenho com o Mário. Na real eles são todos pedaços de um processo de anos que cobrou deles uma postura individual após a saída da Unimed. E então separaram idéias.
Não quero concordar com um ou com outro, pois na real são anos de gestão, anos de diretoria e meses de um trabalho. Situações muito diferentes as dos três, mas que refletem muito do que o Fluminense tem por valor institucional.
Algumas pessoas na diretoria do Fluminense consideram o Flu um time menor. Essa frase não é uma coisa minha, já foi comparado ao Fulham da Inglaterra internamente dito em conselho. Parte concorda por conta da receita, outra parte discorda. Eu sou a segunda parte.
O Fluminense não pode “não ter 20 mil pra pagar” conforme áudio vazado. E mesmo se tiver, tem que fingir ter. Parte da grandeza é parecer grande o tempo todo.
O Fluminense não pode vender seu maior ídolo pra um rival e ele dizer na cara do presidente “eu não estou saindo porque quero”.
O Fluminense não pode negociar seus jogadores top com times brasileiros. Isso o inferioriza. O sucesso no Flu representa a ida pra Europa, não pra um outro time brasileiro antes desse estágio. Os clubes procurarem o Flu pelo Scarpa já me incomoda.
O clube não pode ter alvos e metas tão tímidos. Por menor que seja a condição financeira, ousar não é “loucura”. Loucura é tratar o Fluminense como Figueirense.
O clube precisa de ídolos, expectativa, movimentação de mídia, casa cheia. Outro dia o Flu tinha a Unimed mas mais do que a grana deles, a loucura e megalomania do Celso, que não via o Fluminense como um time “menor”.
Na saída, o racha se dá muito em virtude de alguns tentarem ousar sem a Unimed e outros quererem o Flu conservador ao ponto de ser coadjuvante.
Nem um, nem outro.
É fim de ano morno, o Flu não promete nada pra 2018, nem sonda nomes que possam coloca-lo na briga. Sugere negociar com times internos seus jogadores. E o torcedor ainda vê seu ídolo negociar com o rival porque há pouco tempo o clube quis se desfazer dele.
A auto estima do torcedor é parte do patrimonio do clube.
Pés no chão é bom, mas quem tem os pés no chão não voa. E time grande tem que voar.
abs,
RicaPerrone