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Vasco

Nunca serviu pra nada

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As emissoras, marcas e agências tem uma tendência simplista de ir na direção do que parece moda e ignorar os fatores individuais de cada produto. “É live!” então vamos fazer live. “É interatividade”, então mete o povo pra participar de tudo.

Eu costumo usar o exemplo da Copa de 2018 que aconteceu comigo. Foi um momento de “live” na internet. Mais de 10 empresas, via agências, me procuraram pra fazer campanhas com lives antes dos jogos do Brasil na Copa.

Jesus! Eu tive que dizer pra todas elas que era uma tragédia anunciada. Que uma hora antes do jogo numa Copa a Globo ta no ar com 20 cameras, 355 repórteres e todas as pessoas reunidas num churrasco na sala. Quem é o idiota que vai ficar numa live me vendo falar da minha casa?

O número seria exposto, o fracasso seria nítido pra mim e pra marca. Mas esse era pra ser o papel da agência, não o meu.

Mesmo cenário se aplica a emissoras. A leitura da rede social, da internet e da interatividade é absolutamente burra. Ela tem bem menos importância do que se imagina na medida em que 1% do total atingido reage a isso.

Ou seja, está na sua mesa: a enorme maioria das pessoas quer consumir e não participar.

Quem comanda as ações em massa na web? Adolescentes.

Existiu na história do mundo algum adolescente não idiota? Não. Então qual o ganho em se permitir grande interatividade?

O que acrescentam os comentários na web? Que tipo de votação popular tem resultados dignos e não manipulados por um grupo? Que votação de futebol não se torna imediatamente numa competição entre torcidas pra mostrar força?

Não é útil. É moda. São coisas diferentes.

A Globo, como um dos maiores canais de mídia do mundo, deveria ser um dos primeiros a perceber isso e não a replicar. Mais uma amostra do quão perdida está na era digital.

A interatividade é irrelevante. Todo conteúdo publicado tem em média 200 comentários para 30 mil visualizações.  É menos de 1%.

Ou seja, não é real que o povo queira participar. Uma dose insignificante dele quer. E nesta dose está primordialmente os desocupados, adolescentes e pessoas dispostas a aparecer.

Qual a chance disso dar certo?

A mesma de quem contrata o Sidão ter segurança no gol.

RicaPerrone

Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Vasco

“O Vasco lá”

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O Vasco se complicou. Em qualquer hipótese ele precisará vencer o Red Bull na última rodada.

Ora, vamos ser justos. Se não bate no Goiás, no Corinthians em crise, o Red Bull é favorito? Não.

Eu me recuso a aceitar que o Vasco não seja favorito quando em casa, esteja ele na condição que for. Simplesmente porque fui o adversário do Vasco a vida toda como torcedor e sei o que significa “O Vasco lá”.

E por mais emblemático que seja São Januário, sinto dizer ao vascaíno que isso é uma ligação interna. Só vocês tem essa imagem de ter mais força lá do que no Maracanã. O Brasil tem o Vasco do Dinamite pra 100 mil pessoas na mente quando se fala no “Vasco lá”.

Quantas vezes perdemos pra times sulamericanos muito inferiores por ambiente? E não, não é esse papo bobo de “ambiente hostil”. É ambiente de domínio completo e grandeza.

Você vai intimidar o Corinthians em São Januário. Mas vai intimidar a cidade inteira se for no Maracanã. São 70 mil, camisas pela cidade toda, mobilização, grandiosidade.

São Januário é um patrimonio. Mas não é condizente com o tamanho do Vasco. Estamos falando de um estádio mal localizado com capacidade pra 20 mil pessoas. Que seu coração me perdoe, mas qual time grande joga pra 20 mil pessoas no máximo?

O Santos. Que é o único time grande de uma cidade que não é capital no Brasil. Se fosse o ideal não haveria conversa de reforma pra ampliação há 40 anos.

O Vasco é maior no Maracanã. Intimidador, remete a um passado poderoso e sim, isso impacta.

Joguem de branco. Joguem no Maracanã. Joguem pra 70 mil pessoas.

A camisa preta é linda, São Januário é místico, mas o Red Bull não pensa nisso quando dorme imaginando “o Vasco lá”. Ninguém cria esse cenário na cabeça. E se criar é recente, e se for recente é pouco intimidador, convenhamos.

Pode morrer. Mas morre atirando. E atire com o máximo de armas que você tiver, ainda mais quando você já está pra morrer e não tem nada a perder.

Se eu fosse presidente do Vasco eu levaria esse jogo pro Maracanã custe o que custar. E lá, quem sabe, o sobrenatural resista a tanta incompetência. Se você tem um último tiro, vai dar de pistola ou de bazuca?

RicaPerrone

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Vasco

A mão de Eurico

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A espetacular série da Globoplay é um curto circuito na cabeça dos mais jovens, céticos, chatos e web-perfeitos da nova geração.

Como pode um homem fazer tudo aquilo e ainda ser uma referência? Como gostam dele? Ele passava por cima de regras, ele as criava, decidia, confrontava, perdia a mão.

Perder a mão e a cabeça é o que falta no mundo moderno.

Os maiores casos de sucesso do mundo não ouviram ninguém, fizeram o que achavam certo e atropelaram o “certo” e “errado” pré estabelecido socialmente.

Eurico é um case. Como foi Castor de Andrade, entre tantos outros mais ou menos criminosos, mas todos protagonistas em mudanças importantes para seus setores.

Quando você assiste a série de Escobar se pega gostando dele diante das barbaridades humanizadas ali contadas. A mesma coisa vale pra qualquer criminoso. Você tenta entendê-lo, é uma magia louca da nossa cabeça que os psiquiatras explicam e eu não vou tentar reproduzir a tese. Mas ela existe.

Eurico não matou ninguém. Foi apenas um dirigente meio maluco que não tinha medo de nada e de ninguém. Que defendia o que ele acreditava até mesmo quando não acreditava porque o personagem havia o consumido.

O Vasco de Eurico já foi um sucesso e um fracasso. Mas foi o Vasco de Eurico goste você ou não.

Eu não gosto dele. Estive com ele uma vez só. E não gosto.

Mas eu não renego o que ouço de quem de fato o conhece. O que a mídia lhe vende é o que a ela convem. Em todos os casos, nunca feche sua opinião sobre alguém pelo que quem não o conhece te contou. Sua chance de errar é enorme.

Todos os jogadores e dirigentes que conheço falam de um Eurico que a mídia nunca vendeu. Um sujeito de palavra, com mil defeitos, mas mil qualidades.

E repito. Eu não gosto do Eurico.

Mas entre gostar e não compreender seu papel vai um abismo.

Na real essas pessoas que citei tem o papel que tem porque onde o estado não atua alguém atua. Milicianos são assim. Eles encontram um local onde o estado deixa faltar e faz as regras. Em qualquer outro setor é assim que funciona. Onde ninguém manda, alguém vai aparecer pra mandar.

Quem mandava no futebol brasileiro na década de 90? Ninguém. Eurico tomou pra si as decisões e se fez nesse vazio de regras e liderança.

Se sua idéia principal era colocar o Vasco no papel do Fluminense na história do Fla-Flu, conseguiu.

E a história humanizada, com família falando, bastidores, um pouco da fragilidade de um homem sempre muito forte pros outros mexe com você.

Porque embora muito do que ele tenha feito seja ruim, havia um proposito na maior parte dos erros. E o seu proposito maior era movido por um amor. O Vasco.

Um dia uma chefe me disse a frase que mais gostei na vida. “É melhor segurar um maluco do que empurrar um imbecil”.

Eurico é o maluco. E o futebol brasileiro era comandado por um mar de imbecis. Quem você acha que ganharia no grito?

Eu não gosto do Eurico.

Mas eu gosto do filho dele. Euriquinho, com quem já tive problemas em redes sociais, e hoje pode frequentar minha casa se quiser.

Como?

Pessoalmente tudo é 200 vezes menor do que parece. Levamos 9 anos sem nos falar. 4 minutos pra um abraço e pedidos de desculpas, tudo certo, pega a cerveja, vamos contar história.

A vida como deveria ser, e foi um dia. Na época do Eurico, inclusive, pra ser mais exato.

Mas ainda assim, eu não gosto do Eurico.

Talvez porque eu tenha um lado parecido com o dele. Talvez eu seja o trangressor da mídia esportiva e isso me remete a algumas atitudes dele das quais não me orgulho, nem julgo, pois faria igual se preciso.

Eu seria o jornalista mais insuportável da vida dele se existisse naquela época. Iriamos nos odiar, mas nos respeitar. E rapaz… como eu queria ser o Rica de hoje na época do Eurico. Teria 20 vezes mais material pra trabalhar. E eu seria o cara que conseguiria sentar na mesa com o Eurico e no outro dia com o Julio Brant.

Aliás, fui por curto período antes de sua morte.

10 minutos de porrada sem perder a amizade. Eurico me parece esse cara.

O Vasco poderia estar melhor não fosse ele. Talvez pior. Mas o mesmo, nem pensar. E isso faz de um personagem protagonista. Séries, livros e documentários existem para protagonistas, não pra figurantes.

Minha esposa é Vasco. E ao ver a série ela disse a frase mais espetacular que essa série poderia gerar.

“Eu não sei se gosto ou se odeio o Eurico”.

E é isso. Absolutamente isso.

Mas indiferente a ele você não pode ficar. Então, assista. A única coisa que a Globo não desaprendeu a fazer foi conteúdo desse tipo. Aproveite.

Ainda que no fim, tive o prazer de conversar e apertar a famosa, controversa e forte “mão do Eurico”.

RicaPerrone

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