Futebol

A mais relevante mudança

A FIFA fala em mudar 2 regras já pra Copa de 2014. Aumentar uma substituição e  o fim do empate.  Vamos por etapas?

A substituição é algo que me incomoda no futebol. Acho que a função do quarto árbitro é decorativa. Se ele está lá, fazendo nada, olhando pro nada, só mandando técnico “se acalmar” 90 minutos, porque não fica nas costas dele as substituições? Muda pra, sei lá… 3 por tempo. E não precisa parar o jogo.

Quem sai vai até ele, quem entra está ao lado dele, a bola estando longe ele faz a troca sem encher a paciência do juiz. E talvez este que saiu possa voltar. Algo tipo: “Alteração ilimitada no intervalo e mais 3 por tempo”. Sei lá, não vejo mal nisso.

Criamos o personagem do talismã, o cara que quando sai e volta, volta melhor, o cara que entra pra cabecear no fim, o técnico que não assume o erro mesmo podendo retomar a formação antes da mudança, etc.

Bom, é muito cru ainda pra ser radical. Mas inicialmente, ouvindo poucos argumentos contrários, tô nessa.

O fim do empate?

Não tenho opinião formada. Sinceramente, sei que é quase dever do jornalista hoje em dia falar qualquer coisa só pra achar alguma coisa, mas nessa…. fico devendo.

O que eu gostaria realmente de ver e tenho lá alguns argumentos pra defender a tese é o fim do impedimento, ou, melhor ainda, que ele só valha da risca da área pra trás.

Olha pro campo de jogo em 1970, por exemplo.

Você está vendo um campo que usa o espaço entre as duas áreas para jogar futebol livremente. E aí, com esse espaço, o Gérson é craque, o Djalminha joga, o Maradona sai correndo mesmo gordo, etc.

O que a evolução do futebol trouxe de mais claro e que quase ninguém comenta?

Isso aqui:

Com a linha burra vindo da base, com o hábito de fazer uso das tais linhas, com a importância insuportável da parte física no jogo, o campo, que já não era usado em 100%, hoje é usado em no máximo 30%.

Pode escolher o jogo e olhar. Quando a bola está no meio do campo, sem ser um contra-ataque, os dois times adiantam suas linhas e o espaço acaba.

Quem ganha com isso? O brucutu.

O cara que corre mais, o cara que tromba mais forte, e quem marca melhor. Não a toa somem os Zidanes e todo dia nasce um Pierre.

O maior crime contra a técnica do futebol é a redução voluntária do espaço para criar. Você não está vendo uma geração de super marcadores. Você está vendo uma geração onde é bem mais fácil ser marcador.

Não há um drible sem que em menos de 2 metros esteja o próximo marcador. Só sendo um Neymar ou Messi pra ousar passar por eles.

É a inibição do talento favorecendo a destruição da jogada.

Qual sentido isso faz?

O impedimento era usado pra que não virasse um “gol a gol”. Hoje, tornou o jogo um aglomerado de jogadores no meio brigando por míseros metros para jogar.

Sempre, em todo esporte, a ideia central deve ser privilegiar a técnica e o talento. O futebol insiste em suas regras ultrapssadas e vê o jogo ficar mais chato e feio a cada ano. Teimosos, velhos, ultrapassados, mantém tudo como está.

A mudança do goleiro com 6 segundos e não podendo recuar foi altamente relevante pra velocidade do jogo. Mas foi boicotada por muitos anos na FIFA. O lateral com os pés evitará a destruição das jogadas com o bico pro alto. Exigirá técnica até de beque.

Tudo que dá mais condição a quem sabe jogar é válido.

Diminuir um campo a 30% do seu tamanho, com o poder físico dos caras hoje, não me parece uma coisa tão inteligente.

Então, pra mim, se uma regra fosse mudar, seria a do impedimento.

Não pela idéia original. Mas porque ela virou arma de anti-jogo, não mais uma preservação as defesas vulneráveis da época.

Se antigamente o impedimento evitava os 10×0 que os melhores times fariam facilmente, hoje ele possibilita os 1×0 em contra-ataque que os mediocres tanto usam.

É hora de rever.

abs,
RicaPerrone 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo