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Botafogo

A babaquização chegando ao Rio?

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Me sinto bem a vontade para falar do futebol carioca em virtude de ser um grande fã do que ainda resta do esporte como entretenimento no país. Tirando as organizadas, problema em qualquer canto, os torcedores cariocas são, de longe, os que melhor levam o futebol no país.

É um esporte, uma diversão, uma dor de cabeça saudável e divertida. Em Minas e RS, até por ter só 2 times, é guerra. Em SP, mesmo com 4, idem.

Porque no Rio não é assim? Não sei. Talvez pelo jeito do povo, talvez por cultura, talvez por ser de fato um povo mais “relax” que a maioria. Enfim, seja lá o motivo socio-politico-cultural que for, é quase  unânime entre os que trabalham e vivem futebol que no Rio a coisa é mais light.

Tanto pelo modo que o carioca reage a criticas e elogios quanto pelo ar romântico que o futebol carioca ainda carrega. Para alguns é mera “falta de compromisso”. Que seja! Mas que isso o torna menos profissional e mais apaixonante, é óbvio.

Eu lamento até hoje o dia em que os clubes de São Paulo resolveram colocar o placar acima do evento. Quando passaram a pensar assim, o futebol se tornou uma guerra imbecil onde você mede forças, odeia seu inimigo e só. Na real futebol é apenas entretenimento feito pra você torcer, se divertir e tirar sarro. Não pra odiar ninguém.

Quando você coloca 10% de torcedores contra 90%, você abriu mão do evento em troca do resultado.  Pode ganhar aquele jogo, mas perderá muito amanhã, quando o troco vier. E virá.

Clubes de futebol não são como emissoras de TV que disputam o mesmo espaço. Eles disputam um lugar de destaque dentro de um espaço onde um não vive sem o outro.

Diz a lógica que eles devem se unir e deixar a rivalidade pra torcedor. Mas eles são muito burros, dirigidos muitas vezes por verdadeiros idiotas que preferem brigar por um pedaço maior do bolo pequeno do que sentar na mesa e aumentar o bolo.

Porque o Vasco quer jogar em São Januário? Porque é sua casa, óbvio.

Mas, a questão fundamental é: Pra que?

Pra pressionar? Pra ter mais torcida? O que ganha o futebol, os dois times e o clássico em si tirando 60% do público e da renda deste jogo?

“Ah, o Vasco será favorito! Eu quero é ganhar, dane-se o resto!”, dirá o torcedor.

Mas ele pode. Ele não é pago pra pensar.  O dirigente é.

Se o Vasco joga em casa hoje contra o Botafogo, legal. Amanhã, é bom que ele saiba, o Botafogo vai exigir a mesma situação. E talvez o que hoje é uma vantagem amanhã seja enorme desvantagem.

Você não é “mais malandro” que os outros. Se você acha que nessa vai sair ganhando, é óbvio que amanhã vão tentar te dar o troco. E isso não tem fim, não serve pra nada, diminui renda, diminui espetáculo e portanto, seu produto.

Clássico é em estádio grande e com meio a meio na torcida. É essa a idéia de bom senso que seria adotada por qualquer sujeito de razoável conhecimento do produto futebol no Brasil.

Em SP, desde que essa palhaçada virou mania, o futebol virou ainda mais guerra.

No Rio, um dos raros lugares onde ainda se divide torcida, onde ainda é possível ver um clássico como um jogo “igual”, sem mandante e sem favoritos, resolveram fazer campanha pra mudar.

Não é inteligente.

O Vasco não sai lesado em jogar num Engenhão, enorme e sem pressão, com meio a meio. É um jogão, casa cheia, grana alta, tudo igual pra ambos.

Sai perdendo sim em jogar pra 20 mil pessoas num estádio pequeno, onde sua torcida será maioria, se sentirá no direito de sufocar os rivais e assim criar um ambiente de briga.

É tudo desnecessário.

Quando no colo do dono, o Poodle late e fica macho.  Deixa os poodles dividirem espaço com os outros sem o dono perto. Num ambiente neutro, todos são apenas poodles.

O futebol é mais gostoso quando é só futebol.

Sufocar a grandeza dos clássicos cariocas num estádio pequeno por mera “vontade de tirar vantagem” é bobagem. Nem o Vasco sairá ganhando.

Duvida?

Vem aqui em São Paulo ver se alguém saiu ganhando com isso…

Mas vem sem a camisa do seu time. Porque aqui, em dia de jogo, não dá pra vestir nem a 20km do estádio. Imagine em volta dele.

abs,
RicaPerrone 

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Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Botafogo

O botafoguense é um herói

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Eu já tive pena de torcidas pelos mais diversos motivos. As vezes eles fazem festas lindas, viajam pra longe, apoiam o inacreditável e perdem.

Já fui parte disso em alguns momentos que meu time não mereceu perder. Mas eu nunca tinha visto em 45 anos um clube fazer com seu torcedor o que o Botafogo está fazendo com o botafoguense.

Fosse rebaixado seria menos doloroso. Ao menos seria por etapas. Hoje ele estaria apenas rezando como diversas vezes o fez esperando pelo pior.

Mas não. Não satisfeito com anos sem trégua de sofrimento eles deram ao torcedor o sonho impossível de ganhar o Brasileirão. E não era mais um sonho. Em determinado momento era um fato.

E aí, embora houvesse como perder, nem o mais pessimista de todos eles assinaria tal roteiro.

Não há flamenguista no mundo que pudesse ser tão cruel quanto os fatos. O que o botafoguense vive hoje é uma espécie de experimento social inédito para conhecer os limites do amor.

O termo “incondicional” vai ser rebatizado. Você me ama? Sim? Muito? Sim. Tipo um botafoguense?

Namoradas terão esse diálogo com seus dignissimos. Porque de fato não há amor que suporte relacionamento tão tóxico, pra usar termos modernos lacrantes.

Nunca vou ter pena do Botafogo. É um dos maiores clubes da história do futebol e não merece a pena de ninguém. Mas o que o botafoguense está vivendo desde o intervalo contra o Palmeiras é o mais cinematográfico processo de tortura psicologica que o futebol já proporcionou a alguem.

Sempre no fim. Sempre com tudo nas mãos. Sempre quando a esperança volta.

Parece sacanagem. E as vezes é tão absurdo, mas tão absurdo, que ainda acho que o Botafogo será campeão pra compensar tudo isso.

Mas não vai. Embora tivesse a obrigação de ser.

Se um dia a vida quiser devolver a altura pro botafoguense toda sua devoção terá que lhe entregar o maior título da história de um clube brasileiro em todos os tempos. E ainda assim ficará devendo.

Eu sinto pena do botafoguense hoje. E uma admiração absurda por aqueles que não vão abandonar e viver tudo de novo em 2024.

RicaPerrone

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Botafogo

Vocês não tem o direito de desistir

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“Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe.” 

Se você não disse isso ainda pra alguém, um dia dirá. E se disser, não vai cumprir. Casamentos acabam, amizades acabam, carreiras são trocadas, até mesmo de sexo se muda. Mas o time de futebol não é uma alternativa aceitável pra trocas. Homens não mudam de time. E se mudam, não são homens.

É seu único casamento que com certeza será pra sempre. E assim sendo, cumpra o prometido.

Tá doendo? Tá. Tá com cara de tragédia? Tá. Mas e daí? Quando tava ganhando você tava lá. Agora é ele que precisa de você, não você que está gozando com a vitória dele.

Torcedor bom vai quando PRECISA. Torcedor comum vai em jogo bom ou quando está legal fazer parte.

Eles estão em pânico. Tá tudo dando errado. Mas se você não notou o Botafogo ainda é líder e faltam 6 rodadas.

Se não vier da arquibancada o voto de confiança, de onde virá? Se a casa não estiver cheia, mesmo que seja em outro estádio, qual o recado será dado?

Avise-os na prática que vocês estão ali ainda. Porque quando torcidas como Corinthians ou outros rivais lotam um treino ou uma porta de CT pra apoiar todos acham lindo. Então faça.

Bota a cara, usa a camisa, acredita e tente ser parte do processo de reverter isso. Baixar a cabeça e desistir é exatamente o que o Botafogo tenta se livrar há décadas. Comece por você.

Qualquer gesto de confiança ajuda. Numa rede social dos jogadores, agindo na quarta como se estivesse tudo bem, ou que seja usando a camisa na rua. Mas o Botafoguense não pode desistir antes do time.

Eu conheço jogador. Só tem uma coisa que mexe com eles: o estádio.

Jogador é mercenário? Ok, muitos. Não tá nem ai? Alguns. Mas não tem um ali que seja indiferente a vocês. Todo mundo quer a mesma coisa.

Não é pelo terror que eles correm mais. É pelo amor.

Se você abandonar o líder do campeonato faltando 6 rodadas não é exatamente o time que é pipoqueiro. Você não será diferente.

Torcedor que paga ingresso pra cobrar não entendeu nada. Pague ingresso pra jogar. E então você terá a honra de dizer “nós” quando o caneco vier, e não “eles”.

Vocês não tem o direito de desistir. Mesmo que percam, morram atirando e não tomando tiro nas costas por terem corrido da batalha.

Tá ruim. Mas ainda tá ótimo. Olha pra tabela. Agora é simples. Ou você é parte da queda, ou do título.

Escolhe.

RicaPerrone

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