Vasco

Amor tem limite?

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Juninho não é traidor, não faltou com “amor” e nem tomou uma decisão condenável. Sair do Vasco, hoje, é um caminho que qualquer profissional trilharia se sua empresa tivesse nas mesmas condições.

Sem dinheiro, sem perspectiva a curto prazo, sem cumprir o que promete e sem grandes condições de trabalho, só mesmo o tal “amor” pra seduzir alguém.

E seduziu. Juninho, que se identificou com um Vasco forte e vencedor, mas não menos amador, voltou pra rever tudo isso.  Até viu, mas acabou.

Engana-se o torcedor que acha que uma possível volta de diretorias anteriores muda alguma coisa. Se há penhora e dívidas que impossibilitam o clube de andar, foram feitas também lá atrás, só que camufladas por títulos.

E o que o torcedor quer são títulos, nada mais.

Para isso, no entanto, é preciso muito mais. Na medida em que o futebol se estrutura e sobe o nível a necessidade de um planejamento e um pingo de organização se faz fundamental.

Veja você, vascaíno, que ano passado o Vasco quase levou e em 2012 foi o mais duro adversário que o campeão mundial teve pela frente na temporada. E isso tudo sem uma boa administração.

Se Diego Souza faz aquele gol, que até eu faria, a administração não seria questionada porque um patrocinador entraria pro mundial, o time seria campeão, ninguém ia querer sair e tudo seriam flores.

Futebol engana pro bem e pro mal. Não acredite no Vasco campeão de anos atrás, nem totalmente no que foi a série B.

Dinamite correu um risco enorme ao tentar mexer onde era intocável. Hoje, não é mais. Para a nova geração, inclusive, chega a ser detestável, não um herói.

Juninho não deixou apenas o Vasco do Dinamite, pois o do Eurico também não pagava em dia, e o próximo que assumir terá as mesmas penhoras na justiça que o atual tem.

O Vasco é um clube judiado por administrações ruins há décadas e mais décadas, sem nenhuma perspectiva a curto prazo.

Juninho ama o clube e voltou. Profissional que vive disso, precisou sair.

Você ama o Vasco e não vive disso, portanto, não sairá.

Juninhos passam, como Euricos e Dinamites.

Está avisado desde já que o ano será tenso, complicado, dramático. O “amor” de um jogador  tem preço, sempre terá.

O seu não.

Prepare-se. Sai Juninho, entra você.

Em 2013 o Vasco precisará de sua torcida como nunca precisou antes. Com ou sem um presidente que você aprove.

As vezes não adianta só bater e reclamar.

Não tem dinheiro, não tem time, não tem profissionais a altura do clube para administrá-lo.

Mas tem você e aquele “sentimento que nunca pára”.

Lembra?

abs,
RicaPerrone

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