Sem bola

Canalhas!

Ciência, técnica e morte. Três palavras em moda quando se liga a tv.

A primeira pra defender o mais novo inimigo público do presidente. A segunda pra defender sua posição, a terceira para causar pânico e te manter na frente dela por mais uns dias.

Hoje o Bolsonaro – que pra mim faz péssima gestão da crise – demitiu um ministro técnico e colocou outro tão qualificado quanto. (negrito esclarecedor anti anfalabeto funcional)

Quem liga a tv tem a impressão que Bolsonaro matou a pauladas o Mandetta e em seguida foi lá anunciar um chipanzé no cargo.

Pronto, vamos todos morrer.

A capa dos portais são a maior vergonha jornalística dia após dia, caçando casos atípicos para sustentar a crise, apavorar o público e manter sua audiência.

Sim, eu afirmo: enorme parte da mídia está muito feliz com a pandemia. Trouxe audiência, importância, credibilidade e a faca e o queijo para fazer dessa crise responsabilidade única do seu maior inimigo.

A dor seletiva não é novidade. Podem morrer 20 mil por dia, se a mídia e os midiáticos escolherem um, ele será arrastado como “o morto” por 10 anos, como se realmente se importassem sem olhar a quem.

Quem? O Gustavo Lima? Prendam-no!

Bebeu cerveja em casa enquanto ajudava os necessitados com a pandemia. A musica da maconha? Põe no Encontro, promove no rádio. O artista que planta maconha? Mete a foto na capa. Tá tudo bem. O viciado que dirige drogado e poe os outros em risco? Bota na novela. Exemplo de superação. “vítima da cocaína”.

Mas o Gustavo Lima se declarou “do lado do mal”. Acabem com ele!

Covardes.

Usando a máquina pra combater outro máquina. Se aliando a corruptos por ocasião, vendendo a isenção por política e ideais hipócritas que deveriam combater.

O jornalismo capenga. Se arrasta. E nem foi assassinato. Foi suicídio.

São 250 milhões suspeitos ignorados para contar o caso de Dona Neiva, que aos 79 anos, veja você, morreu de pneumonia. Ela e mais 145 mil pessoas.  Mas vamos fazer dela a manchete de hoje.

Brindar a tragédia, focar no choro da dor, impactar os parentes contra o que me incomoda. E fomentar a luta de lados ideológicos dando a um deles a idéia do “bem” contra o “mal”.

Imprensa tem lado, senhores. O dela. E o dela é ter audiência. Audiência vem com Nardoni jogando a filha, com Marielle morta e gerando polêmica e não com a morte do Tadeu, pedreiro, espancado na favela por engano por traficantes sustentados pelo pó que muitos destes analistas consomem.

Não ouso opinar sobre se devemos sair pra trabalhar ou não. É técnico. Não estudei pra isso. Mas ouso garantir que muita gente tá roubando muito dinheiro com a “calamidade”.

Mas talvez você nunca saiba disso, porque amanhã confirmar as suspeitas será dar razão ao inimigo número um do país. Então a mídia pode omitir, como já faz hoje com os mais diversos escândalos que estão rolando nos bastidores da crise com gastos suspeitos e contas superfaturadas.

Vão se fuder. Vocês são piores do que o vírus. Ele pelo menos não sabe o que está fazendo.

RicaPerrone

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