Direitos e Deveres
Michael é o motivo do post, não o alvo. Seu doping é apenas mais um caso entre tantos, mas que talvez caiba uma discussão mais filosófica sobre a questão.
Eu sei que cada caso é um caso e por este mesmo motivo, sabendo do que sei sobre a infância do Adriano, tento ver com bons olhos cada derrapada que dá. Mas faltar a um treino é uma coisa, ser usuário de cocaína é outra.
Porque se o Adriano bebe? Porque bebida é legalizada e você tem o direito de comprar. Cocaína, não.
O quanto bebe é uma segunda discussão. Se encontrado morto com overdose, a discussão seria parecida. Mas não é.
O Fluminense dá ao garoto casa, comida, médico, salário e uma chance na vida que milhões de garotos queriam ter. Ele vai lá, com idade pra votar, e enfia o nariz na cocaína.
Os hipocritas dizem que é doença. Doença pra mim é câncer.
O uso de drogas, hoje, com a informação que temos e salvo a possibilidade do vício ter sido uma herança de uma infância foda e muito incomum, é mera burrice e tem que ser tratada como tal.
Note que vivemos numa era onde quanto mais merda você faz, mas ajuda você consegue. Parece um feito digno de medalhas fazer bobagem e se tornar vítima de alguma coisa.
O Fluminense PODE ajudar o garoto. Mas não PRECISA. A ajuda foi dada, e se pra alguns é “perder um cidadão” abrir mão dele neste momento, pra outros é uma vaga que se abre pra quem de fato quer e merece usa-la.
Não sou a favor do massacre. Nem do garoto, nem dos pais, nem de situação alguma que determine vilões. Mas não gosto da onda hipócrita de tratar viciado como coitadinho enquanto os verdadeiros “coitados” são, quase sempre, os que o cercam.
Michael precisa de apoio? Não sei.
De punição, não tenho dúvida alguma.
Mas hoje em dia temos certeza que lhe darão muito apoio. Nenhuma certeza que ele será punido.
Os valores mudam conforme o mundo evolui. O problema é quando eles se invertem.
abs,
RicaPerrone