É hora de se vender honestamente
Uma vez o Leonardo, ex-Fla e SP, disse que os clubes brasileiros tinham que ter dono, igual na Europa. Aqui, imediatamente, surgiu uma onda contraria, pois os clubes não vistos como negócio pro torcedor e menos ainda pra imprensa.
Assim sendo, Leonardo foi questionado e o assunto morreu. É comum dizer que lá é o que é porque eles tem grana. E pra mim é mentira, pois eles não tem torcida. Que adianta 1 milhão com grana perto de 20 milhões com um pouco de grana?
Há uma diferença entre nosso futebol e o europeu brutal. A maior delas é que lá, quando você compra o Beckham, o mundo todo compra sua camisa e te consome. Aqui, se o Beckham não jogar nada, não vende nem 10%. Até porque, o consumo do futebol brasileiro é interno e não internacional.
Lá o pequeno pode virar grande, aqui, não.
Lá, os clubes tem uma cara de empresa e pra isso tem dono, presidente, investidor, seja lá o que for. Aqui isso é impensável, pois os caducas que fizeram os estatutos dos clubes insistem em não largar o osso.
Mas o Leonardo tinha razão.
Se o Flamengo tivesse um DONO, com 50% das ações do clube, as coisas seriam fáceis. Teria demissão, teria hierarquia e o dinheiro seria bem administrado, pois com dinheiro dos outros é mole fazer merda. Quero ver se for com o seu…
Porque não adotar a filosofia Barcelona e manter 50% dos dirigentes como “conselho” do clube e os outros 50% como diretoria indicada e remunerada pelo dono do clube.
Quanto vale o Vasco? Quanto vale o Corinthians?
Será que não choveriam gringos ricos pra explorar essas marcas com tantos milhões de fieis consumidores por aqui?
Nós temos mercado pra competir na Europa e ser a NBA do futebol SIM. O que não temos é noção de como fazer isso, e um impedimento relevante que é o estatuto do clube. Não se trabalha como empresa onde os cargos são por “paixão antiga”. Dirigente está lá porque é velho, não porque é bom.
Diretorias de marketing amadoras, presidentes com 2 empregos, e por aí vai. Não existe como dar certo.
Se é pra fazer tudo isso pra vivermos numa eterna fantasia de que lá dentro todos amam o clube e não faturam nada, não é mais fácil “vender” as claras do que desse jeito?
Pelo menos sabemos o nome do dono, o que ele pretende, como fará, etc.
Se fosse absurdo, não seria assim no mundo todo. Só aqui que é diferente, ou talvez na América do Sul.
Ao invés de ficarmos rotulando “parcerias” como desastre, tá na hora de procurarmos saber porque algumas parcerias viraram um desastre. A idéia é ótima, a forma que é feita que é imbecil.
Tá na hora de vender clube nesse país.
Melhor um dono que cuide do dinheiro dele do que 20 amadores cuidando do seu, e mal.
abs,
RicaPerrone