Fluminense

Entre o espaço e a posse

Outro dia estava conversando com o Fernando Carvalho, ex-presidente do Inter. Ele me disse uma frase que resumiu algo que eu não conseguia separar tão bem em palavras:  “no futebol você tem a bola ou o espaço”.

Sim, é isso.

O Fluminense opta pela bola. Todo time grande opta por ela. Mas tendo o tempo todo o adversário estará quase sempre organizado defensivamente. Pra passar por isso hoje em dia ou você tem um Messi ou um puta time. O Flu não tem nem uma coisa, nem outra.

A posse de bola no Brasil é defensiva. Pra não dar a bola pro rival. Mas é retomando e usando velocidade que você encontra espaços. O Fluminense tem um estilo de jogo que não lhe deixa qualquer espaço.

Sufocar o adversário é bom até a página dois. Ele está plantado. Posicionado. Não a toa das lendas do futebol a maior delas se chama “escanteio”. O lance de perigo menos perigoso do mundo estatisticamente e que ainda causa alguma expectativa quando acontece.

Zaga postada é muito difícil de superar. O Fluminense é lento, não toca a bola rápido pro gol pois isso lhe dá a chance de perder a posse mais rapidamente. Logo, me faz pensar se não é mais uma “posse defensiva” disfarçada de pressão.

Fato é que em casa, desse jeito, a história será repetida sempre. O rival se posta atrás, o Flu tem a bola e não fará nada com ela. Num contra-ataque ainda periga perder o jogo.

Ou mais veloz, ou menos posse e mais contra-ataque. O Fluminense joga bem, eu gosto de ver, mas é preciso reconhecer que pra usar esse sistema e ganhar ou você “obriga” o adversário a sair de trás, ou você tem um timaço.  Nos pontos corridos ninguém é obrigado a sair de trás.

Então… talvez seja hora de mudar um pouquinho a estratégia sem mudar a característica. É a bola ou o espaço. Os dois, só jogando contra crianças.

RicaPerrone

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