Futebol para maiores
Futebol tem que estar nas pessoas para que possam acompanha-lo. Para que possam trabalhar com ele e leva-lo ao torcedor, é preciso mais ainda. O problema é que existem diversas formas de ter o futebol em você.
Alguns tem no cérebro. Analisam, ponderam, criticam, estudam e nada sentem. A estes, o churrasco é apenas um almoço. A vida é só um protocolo.
Outros tem no diploma. Outros na memória. Mas só respeito quem tem futebol na veia.
E esses não discutem a importancia de uma rivalidade, o prazer ao “ódio” pelo adversário, a alegria do deboche, a torcida contra, o lado certo e errado e tudo que envolve uma partida, um campeonato ou um clube.
Futebol não tem explicação. E todo mundo que tenta explica-lo é porque não o entendeu. E se não o entendeu, como discute sobre ele?
A Argentina é nosso combustível de adoração à seleção. Como o Vasco pro Flamengo, o Corinthians pro Palmeiras. É necessário e fundamental. Ignorar ou renegar isso não me soa como posição, mas sim burrice. É como dizer ao turista que dentro do Mickey há um anão chinês e não um rato falante.
Deixa o rato falar. É por isso que pagamos para ir a Disney.
Nós sabemos que é só futebol, que a carne deles é boa, que Buenos Aires é legal, que fora do futebol não há nada disso. Mas é absolutamente fundamental que a gente finja que não sabe para que o futebol possa correr na veia e não subir pro cérebro.
Lá, ele morre.
Deixa ele onde deve estar. E chupa, Argentina!
Até a Copa América, onde lhe perseguirei dedicadamente da estréia a óbvia eliminação. Porque eu amo futebol, logo, te odeio.
abs,
RicaPerrone