Connect with us

Fórmula 1

Heróis não adoecem

Published

on

Ayrton Senna morreu no meio de uma corrida, quando protagonista, líder, ao vivo pra todo planeta.  É óbvio que ninguém gostaria de ver aquilo acontecer, mas também é claro o quanto tudo isso o deixou ainda maior.

Senna foi um dos maiores pilotos de todos os tempos. E desde que morreu pilotando, se tornou o maior de todos e dificilmente perderá este posto.

Não porque alguém um dia não possa guiar como ele. Mas porque guiar naquele nível e ter um final tão cinematográfico e marcante é quase como um raio cair 18 vezes no mesmo lugar.

Senna foi especial até pra morrer.

Schumacher está em coma e as notícias não são boas. Aliás, a falta delas.

Quando surge algo novo é um médico dizendo que suas chances são remotas, cada dia menores, e que tudo caminha para a morte ou um estado vegetativo.

Michael naquela cama por um longo período nos desmistifica a imagem de super-herói que cabe a todo grande ídolo. Ou eles morrem, ou vencem. Nunca se arrastam pela vida ou se mostram vulneráveis.

O super-herói alemão vai tendo um final homeopático, anunciado, gradativo.  Pragmático como ele, e tão frio quanto. Do local do acidente (na neve) a falta de notícias, impacto e comoção.

Michael não terá um final de super-herói, o que colocará fim as discussões sobre quem foi melhor.  Ayrton, ainda que no cargo de maior ídolo da minha vida, ganhou um “bônus” de valor pelo seu final.

Schumacher vai nos deixando como numa volta com safety car, interminável, lenta, angustiante.  Pouco se fala em Schumacher.

Perdemos para a rotina a noção do que estamos vendo partir. Michael numa cama sem notícias boas já é parte da nossa vida. Nos acostumamos, como há alguns anos mal perguntávamos quem venceu no domingo.

Não o conheci, mas seria capaz de apostar que Michael está odiando seu final.  Tanto, mas tanto, que eu ainda sonho que ele consiga adia-lo.

“Só um milagre”, dizem.

E não é pra isso que existem os super-heróis?

abs,
RicaPerrone

Capa

Nosso Hamilton

Published

on

Continue Reading

Fórmula 1

Formula 1 e Libertadores saindo da Globo? É pior pra Globo ou pro evento?

Published

on

Formula 1 e Libertadores saindo da Globo? E se sair, é simples assim a troca por outra emissora? É pior pra Globo ou pro evento?
 
https://youtu.be/HZv393lq-vE
Continue Reading

Fórmula 1

Aos jovens brasileiros

Published

on

Se você tem perto dos 20 anos, não acredite em super heróis.

Quando seu pai, tio, avô ou alguém mais velho tentar te explicar algo sobre Ayrton Senna, conteste. Duvide como você sempre duvidou dos poderes do homem-aranha, por exemplo.

Não aceite ouvir dizer que algo tão valioso passou enquanto você já era vivo mas não podia perceber.  Ou que por alguns anos perdeu o privilégio de ter vivido naquela época.

Se você não entende o endeusamento a um simples piloto, não tente.  Esta geração, infelizmente, é incapaz de saber do que estamos falando simplesmente porque desde então o mundo nunca teve algo parecido.

No esporte, na música, no teatro. Onde for. Há 26 anos a humanidade sobrevive sem um super herói.

Super herói é aquele cara que faz algo que os outros não podem fazer. Aquele que quando termina sua missão gera prazer, alívio e uma incrível sensação de superioridade.

“Como ele faz aquilo?”, é a pergunta que sempre aparece após uma atuação do super herói.

Talvez você não possa imaginar porque diabos seu pai ainda para em frente a tv domingo lá pelas 10 horas pra “dar uma espiada” em quem está na frente.  Coisa rápida, ele nem gosta de F-1. E nem precisa.

Ele nunca ligou a tv desde 1994 pra ver quem estava ganhando. Na verdade, nenhum de nós nunca fez isso. Apenas olhamos para tentar acreditar que acabou. Como que confirmando uma lenda para poder continuar o domingo sem esperança de se sentir mais orgulhoso e brasileiro naquele dia.

Ayrton foi o cara que fez na pista o que alguns outros já tinham feito. De uma forma, porém, que nunca mais ninguém ousou fazer.  E não, não pense que sou daqueles saudosistas idiotas que acha que nunca mais pode haver alguém melhor que ele.

Pode! Se bobear até já teve.  Mas como ele, não. Nunca mais.

Ayrton era o tapa na cara de todo domingo de manhã. O cara que dizia, com aquela bandeirinha imortal, que você podia continuar seu dia mais feliz, forte e orgulhoso. Que aquele país que vivia na merda em meio a mil problemas não era só uma merda.

Era, também, vencedor.  E portanto, “éramos”.

Senna foi meu super herói. Por isso não acredito em nada que vi naquele 1 de maio, há exatos 22 anos.  Eu ainda ligo a tv toda semana pra procurá-lo no grid, para ver a bandeirinha no alto, a música, o meu pai aumentando o volume as 10h45 e dizendo pra casa toda: “Vem ver! Ele vai ganhar!”.

Não se trata de F-1, meus caros. Nunca se tratou.

Senna foi o espelho do que o brasileiro sempre quis ser e nunca conseguiu. Um vencedor, o copiado e não o copiador. O invejável. O exemplo.

Ayrton não é algo que eu possa explicar a quem não assistiu ao vivo seus super poderes. Mas posso pedir que entendam as lágrimas dos mais velhos neste domingo e não tentem menospreza-la como hipocrisia ou frases como “era só um piloto”.

Senna pode ter sido qualquer coisa. Menos “só”.

abs,
RicaPerrone

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.