Intercâmbio de vergonha
Não há nada que me faça sentir orgulho do que aconteceu hoje. Em campo, um jogão como seria na Zambia, em Buenos Aires ou em Madrid. Fora dele, um público que não fazia parte da Libertadores e uma decisão num país que ofende o torneio.
Mas, enfim. O que tinha pra ser dito sobre isso já foi dito.
Os marginais que conseguiram ir até lá não entraram em campo e nem atiraram pedras, porque país onde a polícia prende são outros 500. A lei funciona quando é aplicada. Basta aplicar.
Os europeus viram que há algo no futebol além do quanto você tem pra investir.
Um jogo de alma, rivalidade, intenso, valendo muito mais do que a taça. Valendo a honra. Com goleiro na área faltando 8 minutos, com cara na grama, mão na cara e tudo que se faz quando há algo em você que não seja apenas a sua profissão.
Nosso futebol é diferente do deles. Nós jogamos carregando algo nos ombros e eles profissionalmente. O jogo dos melhores deles são muito melhores. Mas os jogos dos outros, 98% dos deles, são bem mais sem graça e sem sentido que os nossos.
Boca e River mereciam bem mais do que o Bernabeu. O jogo em si merecia ter sido visto por argentinos, não por turistas. Mas ficará na história como a primeira final única em campo neutro, como a Taça que o campeão fez diversas irregularidades e a Conmebol fez que não viu.
Escolheu os finalistas. E também o campeão.
Adoraria encerrar o post parabenizando alguém. Mas honestamente, estou com a mão estendida sem ter pra quem oferecer. O torneio foi um lixo, os finalistas chegaram na final por escandalosos critérios desiguais, ambos disseram não ao jogo em Madrid e foram jogar feito putinhas.
Porque são.
Enfim. Parabéns ao cafetão. Seja ele quem for.
RicaPerrone