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Vasco

Libertadores é Libertadores

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Nao há nada mais cruel do que ser brasileiro no Brasil. Aqui, se o Barcelona ganha do Apoel, é show. Se o Vasco, lá, tem dificuldades de ganhar do Alianza Lima. é crise. Mas não deveria ser, já que nós mesmos exaltamos o que convém quando convém.

A Champions League é muito melhor que a Libertadores. Mas além de “melhor”, é diferente. Nós não somos culpados de não termos a Itália de vizinhos e sim a porcaria do Peru. Mas, por outro lado, joga-se a Libertadores de uma forma e a Champions de outra.

Lá, só bola. Campos lindos, torcidas sentadinhas aplaudindo tiro de meta. Aqui, porrada na entrada, na saida, bola de golfe na cabeça, retranca, pressão e o Deus nos acuda de qualquer jogo fora de casa.

Esse papo de “É obrigação ganhar do Alianza” me soa como arrogância, quase burrice.

Obrigação é ganhar do Apoel, ganhar até mesmo do fraco time do Milan tendo em campo um Barcelona. Mas não, pois há um respeito pela camisa que só existe quando convém.

Temos que respeitar o Milan mesmo com um elenco mediocre, mas não o Olímpia, tricampeão das Américas. Temos que considerar uma vitória maravilhosa do Bayern sobre o fraco Benfica, mas não temos que aceitar nada além de uma goleada num Corinthians x Cruz Azul.

Temos razoável dificuldade de aceitar o que é nosso, o que nos diminui o tempo todo.  Quando crescermos, e se crescermos, notaremos que não somos tão ruins assim. Aprenderemos, talvez, a valorizar os fatores que fazem de uma Libertadores dificil e não apenas dizer e repetir que “lá é melhor”, menos ainda transformar toda caminhada rumo a um título memorável numa simples obrigação.

Se é obrigação, não é memorável. E se não é memorável, não vale nada.

A Libertadores, afinal, vale ou não isso tudo? Se vale, incoerente daquele que vê “obrigação” em ganhar.

Lá, numa Champions, o Vasco não venceria, nem o Fla, nem nenhum brasileiro. Mas aqui, numa Libertadores, o Barcelona também não.

Não porque somos melhores, mas porque é diferente. O Messi e sua turma nunca encontraram um estádio com 20% da pressão de um Libertad, de um River, um Olímpia.  Nunca entraram sob pedradas, nunca tomaram porrada quando o onibus chega e quando sai.

Mas isso é um absurdo! É, mas é o que equilibra os nossos times dos deles na América do Sul.

Se lá a dificuldade é não ter dificuldade, aqui é essa. E se eu acho lindo o Barcelona vencer o Getafe, porque preciso cobrar de cada brasileiro que faça da caminhada ao histórico título uma simples “obrigação”?

Não é. Nunca foi, e nem será. Obrigação é correr, fazer seu melhor, jamais vencer.

Não é basquete, não é matemática e não tem lógica. Se tivesse, não seria futebol.

E se não fosse, não teria graça.

O Vasco venceu e meteu a mão na vaga. Se contra times tecnicamente mais fortes ou mais fracos, pouco importa.

É Libertadores, lembra? Aquela que exaltamos pra contar história e que menosprezamos para cobrar história.

Agora decide, irmão. Ou é “do caralho” a cotovelada do Pelé no uruguaio ou é “uma vergonha” a de um Obina num paraguaio.

Os dois, não dá.

abs,
RicaPerrone

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Atlético MG

Saldo de compra e venda dos últimos 10 anos

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Nos últimos 10 anos os grandes clubes do Brasil alternaram momentos. Alguns em profunda crise, outros nadando em ouro, mas todos ainda tendo nas receitas de jovens uma grande parte do seu faturamento.

E portanto, considerando as temporadas 14/15 até a 23/24, fizemos um balanço de acordo com os dados do Transfermark sobre o fluxo de compra e venda de jogadores de cada um dos 12 grandes.

Claro que existem salários, luvas, “compras” sem repasse ao ex-clube por fim de contrato. Mas aqui consta apenas o que é valor final e oficial.

Quanto seu clube comprou e vendeu nos últimos 10 anos?

Algumas curiosidades sobre:

  • O Fluxo de compra e venda do Grêmio, somado a resultados, nos últimos 10 anos é muito bom.
  • O Fluminense segue vendendo suas jóias e comprando pouco tendo recentemente conquistado títulos em 2023.
  • O Flamengo é uma máquina de ganhar e gastar.
  • O Botafogo tem uma divisão de base terrível. Não gera quase nada ao clube.
  • O investimento do Vasco foi quase todo feito em 22/23.
  • A temporada de maior gasto foi a do Flamengo de 19/20, com 250 milhões em contratações.
  • A maior janela de vendas também foi do Flamengo em 18/19 com 483 milhões de reais.
  • Nenhum dos 12 grandes comprou mais do que vendeu no saldo dos últimos 10 anos.

Rica Perrone

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Vasco

“O Vasco lá”

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O Vasco se complicou. Em qualquer hipótese ele precisará vencer o Red Bull na última rodada.

Ora, vamos ser justos. Se não bate no Goiás, no Corinthians em crise, o Red Bull é favorito? Não.

Eu me recuso a aceitar que o Vasco não seja favorito quando em casa, esteja ele na condição que for. Simplesmente porque fui o adversário do Vasco a vida toda como torcedor e sei o que significa “O Vasco lá”.

E por mais emblemático que seja São Januário, sinto dizer ao vascaíno que isso é uma ligação interna. Só vocês tem essa imagem de ter mais força lá do que no Maracanã. O Brasil tem o Vasco do Dinamite pra 100 mil pessoas na mente quando se fala no “Vasco lá”.

Quantas vezes perdemos pra times sulamericanos muito inferiores por ambiente? E não, não é esse papo bobo de “ambiente hostil”. É ambiente de domínio completo e grandeza.

Você vai intimidar o Corinthians em São Januário. Mas vai intimidar a cidade inteira se for no Maracanã. São 70 mil, camisas pela cidade toda, mobilização, grandiosidade.

São Januário é um patrimonio. Mas não é condizente com o tamanho do Vasco. Estamos falando de um estádio mal localizado com capacidade pra 20 mil pessoas. Que seu coração me perdoe, mas qual time grande joga pra 20 mil pessoas no máximo?

O Santos. Que é o único time grande de uma cidade que não é capital no Brasil. Se fosse o ideal não haveria conversa de reforma pra ampliação há 40 anos.

O Vasco é maior no Maracanã. Intimidador, remete a um passado poderoso e sim, isso impacta.

Joguem de branco. Joguem no Maracanã. Joguem pra 70 mil pessoas.

A camisa preta é linda, São Januário é místico, mas o Red Bull não pensa nisso quando dorme imaginando “o Vasco lá”. Ninguém cria esse cenário na cabeça. E se criar é recente, e se for recente é pouco intimidador, convenhamos.

Pode morrer. Mas morre atirando. E atire com o máximo de armas que você tiver, ainda mais quando você já está pra morrer e não tem nada a perder.

Se eu fosse presidente do Vasco eu levaria esse jogo pro Maracanã custe o que custar. E lá, quem sabe, o sobrenatural resista a tanta incompetência. Se você tem um último tiro, vai dar de pistola ou de bazuca?

RicaPerrone

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Vasco

A mão de Eurico

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A espetacular série da Globoplay é um curto circuito na cabeça dos mais jovens, céticos, chatos e web-perfeitos da nova geração.

Como pode um homem fazer tudo aquilo e ainda ser uma referência? Como gostam dele? Ele passava por cima de regras, ele as criava, decidia, confrontava, perdia a mão.

Perder a mão e a cabeça é o que falta no mundo moderno.

Os maiores casos de sucesso do mundo não ouviram ninguém, fizeram o que achavam certo e atropelaram o “certo” e “errado” pré estabelecido socialmente.

Eurico é um case. Como foi Castor de Andrade, entre tantos outros mais ou menos criminosos, mas todos protagonistas em mudanças importantes para seus setores.

Quando você assiste a série de Escobar se pega gostando dele diante das barbaridades humanizadas ali contadas. A mesma coisa vale pra qualquer criminoso. Você tenta entendê-lo, é uma magia louca da nossa cabeça que os psiquiatras explicam e eu não vou tentar reproduzir a tese. Mas ela existe.

Eurico não matou ninguém. Foi apenas um dirigente meio maluco que não tinha medo de nada e de ninguém. Que defendia o que ele acreditava até mesmo quando não acreditava porque o personagem havia o consumido.

O Vasco de Eurico já foi um sucesso e um fracasso. Mas foi o Vasco de Eurico goste você ou não.

Eu não gosto dele. Estive com ele uma vez só. E não gosto.

Mas eu não renego o que ouço de quem de fato o conhece. O que a mídia lhe vende é o que a ela convem. Em todos os casos, nunca feche sua opinião sobre alguém pelo que quem não o conhece te contou. Sua chance de errar é enorme.

Todos os jogadores e dirigentes que conheço falam de um Eurico que a mídia nunca vendeu. Um sujeito de palavra, com mil defeitos, mas mil qualidades.

E repito. Eu não gosto do Eurico.

Mas entre gostar e não compreender seu papel vai um abismo.

Na real essas pessoas que citei tem o papel que tem porque onde o estado não atua alguém atua. Milicianos são assim. Eles encontram um local onde o estado deixa faltar e faz as regras. Em qualquer outro setor é assim que funciona. Onde ninguém manda, alguém vai aparecer pra mandar.

Quem mandava no futebol brasileiro na década de 90? Ninguém. Eurico tomou pra si as decisões e se fez nesse vazio de regras e liderança.

Se sua idéia principal era colocar o Vasco no papel do Fluminense na história do Fla-Flu, conseguiu.

E a história humanizada, com família falando, bastidores, um pouco da fragilidade de um homem sempre muito forte pros outros mexe com você.

Porque embora muito do que ele tenha feito seja ruim, havia um proposito na maior parte dos erros. E o seu proposito maior era movido por um amor. O Vasco.

Um dia uma chefe me disse a frase que mais gostei na vida. “É melhor segurar um maluco do que empurrar um imbecil”.

Eurico é o maluco. E o futebol brasileiro era comandado por um mar de imbecis. Quem você acha que ganharia no grito?

Eu não gosto do Eurico.

Mas eu gosto do filho dele. Euriquinho, com quem já tive problemas em redes sociais, e hoje pode frequentar minha casa se quiser.

Como?

Pessoalmente tudo é 200 vezes menor do que parece. Levamos 9 anos sem nos falar. 4 minutos pra um abraço e pedidos de desculpas, tudo certo, pega a cerveja, vamos contar história.

A vida como deveria ser, e foi um dia. Na época do Eurico, inclusive, pra ser mais exato.

Mas ainda assim, eu não gosto do Eurico.

Talvez porque eu tenha um lado parecido com o dele. Talvez eu seja o trangressor da mídia esportiva e isso me remete a algumas atitudes dele das quais não me orgulho, nem julgo, pois faria igual se preciso.

Eu seria o jornalista mais insuportável da vida dele se existisse naquela época. Iriamos nos odiar, mas nos respeitar. E rapaz… como eu queria ser o Rica de hoje na época do Eurico. Teria 20 vezes mais material pra trabalhar. E eu seria o cara que conseguiria sentar na mesa com o Eurico e no outro dia com o Julio Brant.

Aliás, fui por curto período antes de sua morte.

10 minutos de porrada sem perder a amizade. Eurico me parece esse cara.

O Vasco poderia estar melhor não fosse ele. Talvez pior. Mas o mesmo, nem pensar. E isso faz de um personagem protagonista. Séries, livros e documentários existem para protagonistas, não pra figurantes.

Minha esposa é Vasco. E ao ver a série ela disse a frase mais espetacular que essa série poderia gerar.

“Eu não sei se gosto ou se odeio o Eurico”.

E é isso. Absolutamente isso.

Mas indiferente a ele você não pode ficar. Então, assista. A única coisa que a Globo não desaprendeu a fazer foi conteúdo desse tipo. Aproveite.

Ainda que no fim, tive o prazer de conversar e apertar a famosa, controversa e forte “mão do Eurico”.

RicaPerrone

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