Me dê motivos
Esse, aquele, o do meu time. Seja qual for a contestação, ao menos uma existirá. Ninguém concorda em 100% com ninguém, e a seleção brasileira jamais teve e nem terá o “time perfeito”.
Felipão é o sujeito que mais respeito no futebol como treinador. Até pra discordar dele costumo ter pé atrás porque raramente o que ele faz dá errado. Não importa o clube, o estado, o país. Felipão é o maior vencedor que o futebol brasileiro já viu.
Antes de contestar esse ou aquele nome, tento entendê-lo.
Queria ver o Coutinho na seleção também. Não por acompanhar demais o que ele joga lá no Liverpool, mas pelos poucos jogos que vi (todos clássicos) e pelo que vejo toda segunda-feira nos resumos e melhores momentos, é um jogador que merece ser testado.
Talvez seja tarde. Talvez seja uma questão tática.
Neymar, Bernard, Hulk, Fred, Jô. Nenhum destes jogadores tem como sua principal característica parar a bola. Todos eles correm com a bola ou são finalizadores. Não armadores clássicos que cadenciam o jogo.
Na falta de Oscar, Felipão hoje não tem esse cara. Willian e Coutinho até se parecem, mas o jogador do Chelsea é mais forte, conduz um pouco menos a bola e vive menos do seu arranque.
Acredito que seja uma escolha meramente para quebrar o padrão da seleção. E também pelo entrosamento com o Oscar que virá de brinde.
Julio César? Entendo e concordo com Felipão. Faria o mesmo. Goleiro é uma posição de extrema confiança e que requer algo mais do que a qualidade do sujeito embaixo das traves.
Julio é pra mim o melhor goleiro do mundo em atividade. Não vive boa fase, não entendo sua ida pro Toronto, como não entendi a ida pra Inglaterra. Mas entendo pela sua liderança, pelo goleiro que é e pela forma que sempre defendeu a seleção que mereça a posição.
Na verdade, senhores. Ele não ganhou a posição de Victor, Jefferson, Fábio ou quem for. Ele nunca a perdeu. Julio César é o goleiro da seleção há mais de 6 anos.
Foi o único cara a sair do jogo contra a Holanda e dar entrevistas. Foi o cara que pegou tudo nas confederações, na Copa América, em Champions League, onde for.
Estes goleiros todos citados são ótimos. Mas nenhum deles é o Julio César e nem fez metade do que Julio fez. Em 94, Taffarel era contestável. Em 2002, muitos queriam Ceni e não Marcos. Em 98, Taffarel era certeza de fracasso. Nos levou a final.
Não é “momento” apenas. É muito mais que isso.
E se tem um crédito que Felipão ganhou ao longo dos anos, inclusive com o veto a Romário e a persistencia no Ronaldo machucado, é o de ser ouvido antes de massacrado.
A chance dele ter razão, vide os últimos 20 anos, é bem maior que a sua.
abs,
RicaPerrone