Não é música o problema
Eu mesmo entrei na pilha. Fiz campanha, achei que poderíamos mudar o perfil da nossa torcida no estádio criando músicas novas e menos sonolentas do que “sou brasileiro com muito orgulho e muito amor”. Mas na real, me enganei.
Estive observando cuidadosamente os jogos da Copa nesse sentido desde então. E até mesmo indo aos estádios em Chile x Espanha, Inglaterra x Uruguai, tive muito claramente que o problema não está na música mas sim no ingresso marcado.
Explico.
Todo país que joga na Copa tem um grupo de torcedores de aproximadamente mil pessoas aglomeradas na arquibancada. Possivelmente a cota que se disponibiliza pro país em questão, e portanto há sempre um grupo grande organizado e uniformizado que puxa todas as músicas.
No restante do estádio, onde há uma mistura, não tem grupos para formar essa “organizada” e começar um coro. E é mentira que não temos música pois na final das Confederações, onde éramos ampla maioria, puxamos no mínimo 10 musicas, tendo umas 3 entre elas criadas na hora.
E não precisa ser genial pra gritar, por exemplo, o nome dos 11 titulares. Bastava ter quem puxasse. Eis o problema.
Por não termos cotas pequenas e sermos sede, nossa torcida está completamente distribuida e sem “liderança”. E é isso que está destoando das outras sulamericanas, não a falta de repertório apenas.
Se quisermos mudar isso, puxe! Chama o cara do lado e começa. O conceito natural que temos de estádio que é esperar a organizada começar e irmos na onda, não vai rolar. Estamos viciados num esquema que na Copa não vai existir.
Qualquer um pode puxar um “explode coração”. O problema tem sido esse. Quem puxa, e não a falta do “explode coração”, por exemplo.
abs,
RicaPerrone