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Não foi uma entrevista

Quando Felipão chamou meia duzia de jornalistas num canto pra bater papo, ele não fez uma entrevista coletiva, nem mesmo abriu espaço para matérias exclusivas.  Tolo quem acha que isso foi pra dar preferência a um ou outro.

Se fosse dar, jamais chamaria gente da ESPN, jornais ou Fox, com todo respeito. O faria com Globo, Band e Sportv, que são os que de fato podem manipular a opinião da massa pelas audiências que tem.

Chamou os caras pra pedir ajuda.

Não tática, nada disso. Mas para aproximar. Tentar dizer pra eles que a pressão tá forte demais e, quem sabe, notando isso, pudessem diminuir as pancadas nos garotos.

Não adiantou. Quem não é inteligente o suficiente pra entender o futebol só resta entender “DE futebol”.

Ao invés de entender aquilo como uma aproximação e sim, um pedido de ajuda, alguns jornalistas optaram por colocar o jornalismo acima de tudo. Eu respeito, mas acho uma bosta.

Não era pra expor. Não era pauta. Não era pra isso. Mas e a vontade de ir a público dizer que “foi um dos 5 chamados”?  Irresistível ao ego que nos acompanha desde o diploma.

Felipão não chamou Globo e Sportv porque são canais que naturalmente, ou por contrato, jogam junto da seleção.  Outros, que por falta de contrato ou conceito jornalístico, jogam contra pra dizer “eu avisei”.

A seleção está pedindo força. É isso! Só isso.

Mas pedindo num país onde infelizmente ser “jornalista” é mais importante que ser brasileiro. Onde a seleção é a “seleção da CBF”, ou “time do Felipão”,  e não “nossa seleção”, como deveria ser.

As vezes acho que precisamos perder mais. Torcida coxinha é ingresso caro. Jornalismo coxinha e vira-latas é mera falta de inteligência.

Agora o Felipão sabe. Se não vai poder dizer: “Eles confiam em vocês!” na preleção, já pode encher a boca pra dizer: “Vamos calar a boca desses filhos da puta que acham que vocês não tem estrutura emocional pra estarem aqui”.

São menos bocas pra apoiar. Mais bocas pra calar.

abs,
RicaPerrone

 

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