Não há “zebra” grande
Não é difícil, basta observar o futebol. Em janeiro Diniz chegou a um Fluminense que só pensava em não cair. Implementou um estilo de jogo, tornou o time uma atração nacional mesmo sem resultados expressivos.
Pois bem.
Passou o tempo, o clube mudou a diretoria, passou a pensar diferente. Foi buscar Nenê, surgiu JP, mantiveram Pedro, Wellington Nem e portanto o discurso de “vamos pra não cair” não entra mais na cabeça do torcedor.
A empolgação com a Sulamericana, somada aos altos da era Diniz e a chegada de reforços, mudaram o patamar de cobrança no clube.
E agora, veja você, não basta mais ser diferente. É preciso não ser o time da zona de rebaixamento sob nenhuma hipótese.
Talvez seja mais fácil o Diniz se adaptar ao futebol com um ajuste pequeno em sua filosofia do que tentar fazer todo clube se ajustar ao que ele acredita. Eu gosto, gosto muito. Especialmente quando o time não tem nada a perder.
Mas o Fluminense de janeiro não tinha, esse tem. Diniz não pode mais ser uma tese, precisa ser também um resultado. Sua queda ficou óbvia na medida em que o rebaixamento foi se aproximando.
Lamento. Mas compreendo. Time grande quando pisa na lama afunda cada vez mais exatamente pelo seu tamanho. Pequenos pousam na lama e saem com naturalidade.
O Flu sabe o que significa dormir na zona de rebaixamento e o que isso causa no torcedor, no ambiente e no elenco.
A troca é compreensível. Eu não sei se faria ou se insistiria mais um pouco. Compreendo, porém, que quem trouxe a idéia não é necessariamente quem hoje comanda o clube. Portanto não é obrigado a banca-la até o fim. Também compreendo o ambiente insustentável após perder pro Goiás, empatar com o Ceará e perder pro CSA no Maracanã.
Diniz é uma atração. O Fluminense, uma paixão. Quando os dois entram em conflito…
RicaPerrone