O brasileiro se odeia
Acordei com a notícia que todos acordaram. Nosso melhor jogador, que acaba de ser vítima de uma acusação ao que tudo indica absurda, se machucou e está fora do último torneio que ele poderia disputar em seu pais pela seleção na carreira.
Corri no twitter pra lamentar e ver a reação das pessoas e me deparo com uma onda virtual de pessoas que brigam com a imagem, partem do princípio da culpa e não da inocência e que parecem comemorar o problema.
“Pipoqueiro!”, como se fosse bom pra ele não jogar a Copa América nesse momento ou se contundir pela terceira vez no mesmo pé.
“Melhor sem esse filha da puta!”, porque? É melhor perdermos? Estamos torcendo contra a nossa seleção?
“É mentira!”, a pessoa briga com a imagem. Ou acha que o Neymar é um ator tão espetacular que conseguiu encontrar uma forma de torcer o pé e não se machucar.
Cara, um minuto de sua calma, sem resposta pronta por favor…
O que nós estamos fazendo das redes sociais?
A notícia é triste. Uma pessoa se machucou. Um profissional não pode trabalhar. E a nossa seleção está mais fragilizada.
Qual é o motivo pra alguma comemoração ou sorriso com tal notícia? Porque desconfiar da índole do sujeito, do médico, do Tite, do pai, do hospital que fez o exame…?
Como é que se faz um país melhor partindo do princípio sempre que a desonestidade é o padrão, que a mentira é sempre o caminho mais óbvio e que temos que provar inocencia e não culpa?
Elegemos pessoas esperando que elas roubem. Torcemos esperando que percam. Queremos criticar ou dar certo?
Que loucura é esse país.
RicaPerrone