Copa do Mundo

O melhor time e os melhores jogadores

Poucas vezes concordei tanto com um campeão quanto na Copa de 2018. Se a França irritou a Bélgica por ter se fechado e não buscado o gol, a mesma Bélgica devia se lembrar que chegou as semi exatamente por ter feito isso 4 dias antes.

A França não tem tesão em fazer gols. É nítido que ela faz o que precisa, mas é impressionante a facilidade com que ela fez o que era preciso.

Era precisar de um gol e eles faziam. Em todos os jogos foi assim, dando a nítida impressão do primeiro ao último jogo que a França estava apenas cumprindo um cronograma para erguer a taça.

Quase todos os seus jogadores foram muito bem. Especialmente Umtiti e Mbappe, por motivos diferentes. Enquanto o zagueiro se matava pra brigar por cada bola o atacante dava o toque genial de quem sabia quando aparecer.

Dizem que o craque de hoje em dia é o Modric, porque joga pro time os 90 minutos. Eu lhes digo que esse é fundamental! Mas craque, o que resolve, é o que resolve. Não o que dá suporte.

A importância é discutível. Mas o prêmio, pra mim, não.

O craque da Copa é o Mbappe porque quando precisou resolveu. Outro jogador qualquer pode ter feito ótima Copa, até mesmo o Griezmann, mas craque na Rússia eu só vi um terminar a Copa. Se dessa história formos contar daqui 30 anos quem fez a Copa de 2018 aposto meu braço que não será a incrível história de Modric que seu filho ouvirá na mesa do jantar. Mas sim a do Mbappe.

A França fez o que quis, quando quis, e ganhou com uma propriedade assustadora. Sem ser brilhante, porque o futebol hoje praticamente pune o brilhantismo e brinda o pragmatismo.

Vide Croácia, que com sua bela história de superação chegou a final com um glamour inexistente. Não venceu nenhum dos 4 jogos de mata-mata, e d0is deles foram contra inexpressivas Russia e Dinamarca.

Não há nada demais na Croácia além de uma história legal pra contar de um time surpreendente e que chegou na base do chaveamento e do “deus me livre”.

O time é a França. Os melhores jogadores idem. E hoje o vice, como previmos quando saiu o chaveamento das oitavas, era só uma mera questão de figuração. Do lado de lá não tinha nada. E a França nem fez esforço para golear o melhor de lá.

Campeã incontestável. Vice de bela história. Copa de pouca técnica, nenhuma novidade, raríssima genialidade e muito pragmatismo.

Foi o que a Russia nos deu.

abs,
RicaPerrone

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