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O mesmo avião

As vezes a gente se coloca como “o lado de cá”.  Tratamos futebol como uma obrigação, os jogadores como adversários, os clubes como nossos meros aprendizes.  Somos de uma “raça” bem arrogante, pouco inteligente na questão comercial e bem confusa na parte ideologica.

Eu não gosto do que faço porque faço com as pessoas que faço. Se pudesse escolher tiraria 80% do mau humor de quem leva futebol até sua casa e faria a minha maneira, que é a de enxergar isso como mero entretenimento, lazer, paixão.  Certo ou errado, não faz a menor diferença.  A lição pra nossa profissão hoje é clara.

Talvez pareça “errado” deixar passar algumas coisas e manter o lado bom acima do ruim.  A “verdade” a muita gente importa, mas o futebol é uma droga como a bebida, a cocaina e a maconha. Ninguém consome nenhum desses três para ficar sóbrio e realista. É exatamente o contrário.

Doses de realidade não são bem vindas em sonhos. E futebol é um sonho, talvez o melhor deles.

O mundo hoje reage à tragédia sem dificuldade de comunicação porque trata-se da única linguagem que uniu o planeta até hoje: o futebol.  Um Russo sabe o que sente um catarinense pela primeira vez na vida.  E talvez a última.  Um alemão e um morador de Chapecó, hoje, entendem a mesma dor.

E se nesse dia de perda pudermos tirar alguma coisa de relevante pra nossas vidas e especialmente pra essa relação confusa, cansativa e perdida que existe entre imprensa e futebol, é que deveríamos remar na mesma direção e não brigar pelo leme.

Talvez você não tenta entendido por bem, talvez ainda assim não entenda. Mas estamos e sempre estaremos no mesmo barco. Ou, no mesmo avião.

abs,
RicaPerrone

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