O Vasco não tem estádio
Talvez pareça um argumento de discussão de bar. Talvez soe estranho tanto orgulho por ter o que tantos tem. O que a maioria não entende é que ali, representado por cimento, vigas e cadeiras, está uma prova de amor e não um estádio de futebol.
Estádio qualquer clube pode ter. Talvez em breve todos tenham. Arenas, melhor dizendo. E São Januário passa longe de ser um modelo de estádio moderno, limpo, confortável. Mas ele nunca se propos a ser nada disso.
O entendimento do que aquele lugar representa cabe ao vascaíno, não ao mundo que ousa julga-lo como “um estádio”.
Não, claro que não! O Vasco não tem estádio.
Quem tem estádio somos nós, rivais, que pagamos, orçamos, contratamos e fizemos os nossos estádios. São monumentos históricos de concreto que vira e mexe enchemos para chamar de “casa”. E sim, são nossas casas.
Mas São Januário não.
Não é uma casa, um estádio, uma arena. É uma prova concreta de amor fincada no meio da cidade do Rio de Janeiro pra quem quiser ver. É o Cristo Redentor do portugues carioca. É o que eles fizeram antes de tudo que viria depois.
E veio muita coisa. Muitas delas, inclusive, ali mesmo. Mas títulos todos ganharão um dia. A história do futebol vai passando, os campeões alternando, as arenas surgindo e as discussões continuam: “Quem tem estádio?”.
Ora, muitos. Mas um estádio é um estádio. O estádio feito por você, é ” o estádio”.
E quando o vascaíno diz que tem estádio, ele se refere a um que só ele tem. E que talvez o mundo moderno tenha eternizado como ÚNICO sem perceber.
São Januário não é um estádio. É uma prova de amor.
abs,
RicaPerrone