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Seleção Brasileira

Obrigado

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Chegando ao Maracanã não vi medo. Vi mais do que esperança ou fé. Por onde andava eu sentia um misto de raiva com certeza.

Raiva não da Espanha, coitada, ela não tem nada com o fato de não saberem interpretar que um bom estagiário não pode ser comparado direto ao presidente. Mas da situação.

Os brasileiros foram ao Maracanã para pisotear na Espanha. Não havia nenhum sentimento de medo, de respeito, de amistoso ou sequer de “vou ver um jogão e foda-se quem ganhar”. Havia vingança no ar.

Vingança de uma situação que jamais existiu, diga-se. A Espanha sabe, melhor que a nossa despreparada mídia, que nunca foi sequer sombra pro futebol brasileiro, quanto mais “maior do que ele”.

Qualquer pessoa de bom senso que não tenha o rabo preso em vender a sua grade de programação sabe que há uma hierarquia. Parreira os lembrou, o time entendeu. Alguns, ainda não.

Se não vai por bem, vai pelo vexame de ter que ver, de novo, o “impossível” parecer até “fácil”.

Eu jamais havia me deparado com o tipo de sentimento que vi hoje no Maracanã. Não era com o rival, era com o mito criado de forma injusta.  O torcedor é idiota por natureza, já que qualquer apaixonado se torna um bobalhão. Futebol apaixona, logo, deixa bobo.

Ele vai concordar com suas criticas se o time perder. Mas se ganhar, imediatamente você se torna um alvo e não mais uma referência.

Criticar é um exercício complicado e que nos leva ao exagero o tempo todo.

A seleção brasileira entrou num “novo Maracanã” para nos vingar. E sentiu isso da hora que pisou pra aquecer até a hora de descer pro vestiário com a taça nas mãos.

Queríamos um baile, não uma vitória suada. Eles sabiam, nós sabíamos, mas era arrogante sequer sugerir isso.

Então, guardamos.

E guardamos muito mal. Vaiamos a “queridinha” desde sua estréia. Porque obviamente o mundo das redes sociais não é exatamente o que figura dentro de uma situação real de paixão, como num estádio.

Ninguém aqui “torce” pra porra da Espanha. Nem sequer somos seres superiores de entender e engolir formalmente o fato deles serem, hoje, melhores do que nós.

Não existe isso. É futebol. Nós não queremos aceitar essa condição pois além de dolorosa é mentirosa.

E lá estávamos, cantando o hino da forma mais linda já registrada neste país.

Ele foi berrado, não cantado.

É sim um misto de insatisfação com o governo, orgulho de estarmos mudando, uma dose de saudades da seleção que vencia sempre mas especialmente uma vontade incontrolável de bater no peito e colocar as coisas em seu devido lugar.

Foi mágico. Especial. Impossível de descrever aqui.

Eu juro que gostaria que cada um de vocês pudesse ter vivido o que vivemos naquele Maracanã hoje. Mas isso, infelizmente, ficará restrito ao estádio e a 72 mil pessoas.

Será nosso segredinho. Pra sempre.

Talvez pros meus filhos, netos. Não sei se conseguirei um dia descrever. Mas hoje, não consigo.

Estou sem voz, sem vontade de dormir, porque não quero que hoje acabe.

E o Maracanã, tão novo, já tão histórico. Parece vocação.

E é.

A dele pra conta história, a da seleção de fazer história.

 

Ou, no caso, de reafirma-la. Como hoje, onde mais uma vez ficou claro quem é quem com a bola nos pés.

Nunca mais menosprezem o futebol brasileiro.

Obrigado, seleção. Por um momento tive medo de estar errado, vivendo uma nova era e repetindo discurso dos nossos avós.

Não era o caso. Vovô sabia o que dizia.

abs,

RicaPerrone

Futebol

“Incontestável” tem 13 letras

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Poxa, professor! Dia 5? Achei que seria num dia 13. Mas tendo um ano apenas 12 meses talvez janeiro seja o que vem depois do 12… e faz sentido.

Há quase 10 anos eu fui um privilegiado. Saindo do Maracanã após nossa última partida redentora – a vitória sobre a Espanha – Zagallo passou em direção ao carro no estacionamento do estádio. Um grupo de torcedores o viu, gritou, ele respondeu com um gesto.

E ali na saída do Maracanã nós gritamos em coro o nome do velho lobo enquanto ele nos agradecia um raro momento de juízo do brasileiro diante de um dos seus maiores orgulhos.

Foi a única vez que vi uma homenagem espontânea em massa que deveria ser diária para quem tanto nos deu.

Num país vencedor Zagallo não andaria na rua. Num país que venera o fracasso e que rejeita o que deveria nos inspirar ele morreu sem ter nada do que merecia.

Se o futebol fosse um homem se chamaria Edson. Mas seu sobrenome seria Zagallo.

Se o futebol virasse um livro ele estaria na capa.

Se não fosse Zagallo eu nem sei dizer se seríamos pentacampeões do mundo.

Hoje a CBF demitiu o treinador. Claro que foi um ato político tosco da atual gestão, mas romantizando, parecia que o cargo tinha que estar vago pra ele poder partir. Afinal, sabemos, os treinadores da seleção sempre foram apenas substitutos do Zagallo. O cargo sempre foi dele.

Um ano depois do Pelé. Parece que o futebol está gritando na nossa cara de joelhos pedindo ajuda. Nos tiraram a coroa, agora a espada.

Quem somos nós, afinal? Sem a coroa não temos poder, sem a espada não temos como lutar. Quem vai nos defender do iminente fim do império?

Não serão os bobos da corte. Aqueles que durante décadas usaram seus microfones pra menosprezar Zagallos enquanto tentavam ensinar futebol para seus verdadeiros donos.

Hoje é Felipão, Luxemburgo, amanhã será com Ronaldo, Romário, Zico, tanto faz. O Brasil não suporta vencedores. A nossa imprensa tem ódio de quem vence.

Zagallo foi patriota, militar, amava a seleção, defendia nosso futebol, acreditava no nosso jeito de jogar, tinha orgulho do Brasil e, portanto, devia ser devidamente preservado de seus merecidos aplausos. O Choquei existe há décadas, amigo. Só muda de nome, mídia e dono.

Hoje ele se foi com suas recentes internações em nota de rodapé. Não porque não importava, mas porque colocar Zagallo na capa dói. É como se a imprensa brasileira tivesse que ir ao velório de quem ajudou a matar.

Mas ainda que tenham feito uma força inacreditável, covarde e coletiva para não lhe dar os devidos créditos, os fatos ainda que deturpados não podem ser mudados.

Desculpa, Zagallo. Falo sem procuração mas sei que falo pelos bons.

E agora que venham as homenagens à la Brasil. Sempre com o corpo frio, a memória curta e a cara de pau.

Obrigado, professor! Se existir como você tanto acreditava, que Deus te dê o que nós não fomos honestos pra te dar.

Rica Perrone

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Futebol

Nunca esteve certo

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O impulso jornalistico sempre te joga pra manchete que gera clique, que gera fama, que gera dinheiro. É compreensível. Mas no futebol existe uma coisa que qualquer idiota com 2 meses de estágio percebe: falta assinar.

E assinar, irmão, no futebol, é a única coisa que realmente fecha um negócio.

Basta um telefonema. Pronto, mudou. Proposta maior. Ele vai.

Ancelotti nunca esteve acertado com a CBF. Ele ouviu a CBF e disse que, quando fosse renovar com o Real Madrid, daria prioridade pra proposta da CBF por se tratar da seleção.

E aqui vão dois jogos. O da mídia de levar a informação vinda da CBF, que vai te pautar conforme o que convém pra ela, e o do treinador em deixar isso vazar pra ganhar aumento.

Porra, juvenil!

Claro que o Real ia oferecer o aumento. E é claro que ele usaria a maior seleção do mundo pra renovar o contrato dele.

A CBF do Ednaldo foi a mais absurda CBF de todas.

Mas e agora? Agora o Mourinho recebeu uma ligação. Se foi da CBF anterior ou da que vem aí, honestamente não sei e não farei sensacionalismo na manchete pra te prender. Mas se for da nova pode haver algo.

Diniz? Ou você dá 4 anos pra ele ou não dá nada. Todo mundo sabe que demora pra funcionar. E portanto ou você o garante o cargo ou nem começa.

Hoje quem se fode é o Flu, que monta o time de 24 sem saber o seu treinador. E pior: sem ter pra quem perguntar, porque nem presidente a CBF tem.

Haja mico.

Rica Perrone

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Seleção Brasileira

Eles precisam entender

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Hoje é terça-feira e nós vamos receber a Argentina no Maracanã. A seleção patina, estranha os novos métodos, disputa uma eliminatória que não tem risco de ficar fora.

O treinador sequer é o permanente.

Estive com alguns jogadores da seleção informalmente essa semana no Rio e tentei dizer algo pra eles que me parece superficial em vossas cabeças: Brasil x Argentina não é um jogo de eliminatória.

Talvez por serem amigos, jogarem juntos na Europa, sei lá eu os motivos certos, mas aquela rivalidade que existe em nós anda distante deles. E então, meus caros, nada restará em nós que não seja esperar 4 anos pra julgar tudo como lixo ou ouro.

A seleção existe o tempo todo. De 4 em 4 anos jogamos o maior torneio, não o único. E pra sermos quem somos temos que ser protagonistas em todos eles.

As convocações de jogadores com 10 partidas de titular há décadas nos desvaloriza. Mas a CBF não entende isso. O distanciamento do torcedor é natural, os jogadores sequer jogaram no Brasil em muitos casos.

Mas será que tem alguém ali pra explicar pra eles que é Brasil x Argentina? Que a gente não quer abraços antes do jogo, sorrisos e uma atuação bonita? Só queremos ganhar.

Temos que ganhar.

Pela Copa América perdida, a Copa que eles conquistaram com ajuda de arbitragem (pra variar) e principalmente porque nós não perdemos jogos grandes em casa. Somos a maior camisa de futebol do planeta. Só que pra honra-la é preciso mais do que técnica. Precisa de sangue.

E a seleção, embora conquiste resultados, seja consistente, tenha bons jogadores e resultados, não tem sangue nos olhos.

Pra ganhar da Argentina precisa bater mais do que eles. Intimidar mais do que eles. Irrita-los mais do que nos irritam com seu anti jogo.

É preciso não ter pena do tornozelo do Messi. É um tornozelo como qualquer outro. Ou alguém duvida que eles pisariam no do Neymar?

Hoje nós vamos testa-los de vez. Se estão ali pelo treinador, pelo status ou pela seleção. E se algum jogador não suportar jogar contra a Argentina, que seja desconvocado no ônibus de volta.

Essa seleção é boa, mas reza demais e briga de menos.

Hoje é dia de mostrar quem são. Porque nós ainda não sabemos.

Existe uma geração de imbecis virtuais que torcem pela argentina e estão doidos pra gritar o nome do Messi no Maracanã. Se isso acontecer será pior do que o 7×1.

E depende de vocês se vamos rir deles ou ver os juvenis aplaudi-los.

Não é só um jogo de eliminatória.

Vençam!

RicaPerrone

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