Mito são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis.
Não se compreende Dedé.
Um zagueiro de seleção que não quer a Europa, mas sim o Vasco. E quando pequeno sequer vascaino era, o que o torna ainda mais respeitável.
Não é uma antiga paixão sobrepondo a razão. É uma relação de gratidão e respeito que coloca Dedé na categoria “ídolo”.
Do baita zagueiro que não precisa ser discutido ao novato na seleção que busca sua vaga em meio a uma geração de grandes zagueiros, Dedé é qualquer coisa, menos covarde.
O jogador que tenta o gol quando não é sua função. Que se esforça pelo clube, que nao corre de decisão, que não foge da coletiva e que não é um cordeiro de assessor. Fala o que pensa, tem voz, personalidade, opinião.
Hoje, quase um pecado. Nunca escondeu que não queria sair. Nem que era preciso aceitar a venda.
Muitos diriam pra torcida do Cruzeiro que “sempre sonharam com este dia”. Dedé disse que queria ter ficado no Vasco, o que pra muito assessor e entendido de marketing é um erro.
Não é.
Se chama personalidade, honestidade, transparencia. Eu aposto o que for que quando Dedé beijar a camisa do Cruzeiro, se um dia o fizer, o cruzeirense saberá que não está vendo uma cena armada mas sim uma demonstração real de amor pelo clube.
Não mentir e fazer tipinho custa caro, mas tem volta. E Dedé só foi recebido hoje como foi em Minas porque o Cruzeiro e os cruzeirenses sabem que contrataram muito mais do que “um zagueiro”.
Talvez, de fato, um mito.
O tímido líder que não se esconde. O jovem que se coloca como veterano e tem a coragem de falar o que não se recomenda, mas se acredita.
Dedé merece cada aplauso que está recebendo. Dos que dizem “adeus” e dos que o recebem.
O Cruzeiro ainda não sabe exatamente o que comprou. O Vasco sabe bem o que vendeu.
abs,
RicaPerrone