Outro “Loco”
Dizem que acreditar no Botafogo é loucura. Que o time vai ameaçar, chegar e na hora de resolver vai perder mais uma vez.
Já convivo com botafoguenses que me descrevem com detalhes o ano que virá, mesmo em janeiro. Pessimismo que anda ao lado do passado recente, com uma dose de exagero, convenhamos.
O Fogão que entrou em campo hoje é bom time. O que vai entrar completinho dentro de alguns dias, ainda melhor. Falta um “Loco”, e não me refiro a posição de centroavante.
Pode até ser com a 9, pouco importa. Para acabar com o botafoguismo recente, só uma dose de marra e petulância pouco comuns ao ambiente. O Botafogo precisa de arrogância.
Uma característica que sequer o acompanha, mas que deveria. Dos grandes é disparado o menos arrogante. Com Abreu, em alguns momentos, causava aquela raiva saudável no adversário, seja pela cavadinha, a camisa por baixo, ou uma declaração pós jogo dando uma apimentada na vitória.
O “chororo” é uma piada que faz um efeito muito pior em campo do que o “mulambo”, ou o “bambi”. O “mulambo” é social, o “bambi” sexual. Ambos esteriotipos, bobagem, piadinha, assim como o chororo. Mas o último tem causa e consequencia nas 4 linhas, não fora.
É como o “vice” do Vasco. Jogam contra o adversário e também contra a fama. Natural, ninguém tira a manchete negativa da cabeça sabendo que ela existirá. A piadinha preocupa mais o corno do que a traição em si.
E alheio a tudo isso Abreu ensaiou um Botafogo mais marrento. Se foi, voltaram os discursos de “como sempre”, e que todo ano parecem esperar a hora para se repetirem.
Falta um “Loco”, ou “louco”, tanto faz.
Os sóbrios vivem mais, mas vivem menos intensamente.
Uma dose ao Fogão. Dupla, com gelo, e pode virar fazendo cara feia.
É disso que o Botafogo precisa.
abs,
RicaPerrone