Sai dessa, Kaká…
Acreditar em Deus é uma lei não oficial do mundo. No Brasil, mais ainda. Porém, esse “direito a religião” é um tanto quanto contraditório, até meio hipocrita se você quer saber.
Kaká meteu uma polêmica na mesa que vai dar assunto pra muitos dias. Disse que é perseguido pelo Juca Kfouri por sua religiosidade. E, sinceramente, é meio fácil bater de frente com alguma coisa metendo Deus no meio. A maioria vai pra um lado, até por medo da furia divina.
Juca tem tanto direito de ser ateu quanto Kaká de ser religioso. Não há qualquer prova de que um dos dois esteja certo sobre a vida, a fé, a existência ou não de alguém lá em cima.
Sobre a tal perseguição, acho outro exagero. Mas, convenhamos, exagero e religião andam juntos, quando convém.
Você tem “direito a religião” no Brasil. Mas se você for, por exemplo, homofobico, não pode justificar se dizendo católico? Pois segundo eles, é pecado, é repudiado. Logo, posso então, por religião, ir contra?
Gays católicos são muitos, e a maioria deles é digno de risada, afinal, acreditam em algo que os condena. Mas, é a tal “fé obrigatória” do mundo.
O Papa, supremo do católico, diz pra quem quiser ouvir o que pensa sobre gays. E nem por isso alguém o condena ou deixa de ser católico. Você pode, portanto, seguir religião só naquilo que o convém, mas não pode ver sua religião questionada porque?
Eu odeio religião, todas. Pra mim é uma mera forma de ganhar dinheiro, mais nada. Porém, respeito quem segue, quem adora, quem acha todas perfeitas.
O fato de eu achar A não implica em você ser perseguido por mim por seguir B.
Kaká está exagerando na dose. A mídia o adora, reclamar dela é quase pecado.
Afinal, quando Adriano tem um amigo bandido é o auê do século, mas quando Kaká tira fotos com presidiários de sua igreja é apenas “fé”.
Não gosto de marketing religioso. Acho que religião e opção sexual são duas coisas que você guarda na sua cabeça e na sua casa. Não preciso ficar na rua com uma camisa: “Adoro Pastel” e nem enchendo o saco dos outros pregando as qualidades do pastel porque é meu prato prediléto.
Se torna chato.
Mas, como fatalmente acontecerá também com este post, tocar em religião no Brasil é crime. Todas elas tem seus “poréns”, mas mexer com algo que cega pessoas é quase impossível, já que para raciocinar é preciso enxergar, algo que “cegos” não conseguem.
Não acho a discussão Kaká x Juca relevante. Acho, até, que o Kaká abriu uma briguinha idiota e fora de hora. É só mais uma polêmica besta que já anda rodando a web e que não levará ninguém a nada.
Por isso, principalmente por isso, acho que religião e marketing não combinam.
Se cada um guardasse a sua e não ficasse tentando promovê-la por aí, tudo seria mais natural.
Como algumas praticamente pedem que seus fiéis sejam cabos eleitorais e não apenas fiéis, vira essa bobagem toda.
Sou contra.
E o Kaká está abrindo fogo contra ele mesmo. Se meteu numa polêmica que nem existia. Ele mesmo criou, e amanhã, aposto, vai reclamar da repercussão que deu.
As pessoas precisam entender que discordar não significa guerra.
Ps – Não sou ateu. Nem religioso. Tenho parentes espiritas, budistas, catolicos, gays e evangelicos. Nunca diferenciei nenhum deles. É simples assim. Nessa, quem diferenciou pela crença foi o Kaká, não o Juca. Isso sim é preconceito.
abs,
RicaPerrone