Sóbrios
O vascaíno quer o Vascão de sempre. Não tem. Sabe, por isso, foi lá pra empurrar, não pra cobrar.
Empurrou, e ele venceu.
Autuori sabe o que tem nas mãos e por isso escalou o time num 442 mais do que básico. Ele não quer manchetes, nem os méritos por um “nó tático”.
Quer os pontos, o alívio, a torcida ao lado.
E conseguiu.
Com 45 minutos de bom futebol, um gol no começo do segundo tempo e outros 40 minutos morrendo de medo de tomar o gol de empate, o Vasco fez o “dever”.
Mais leve, vai em busca de surpreender, que é sempre mais fácil do que ser cobrado sendo apenas comum.
Não cabe ao Vasco, jamais, o rótulo de “comum”. Por isso, sabendo disso, sua torcida foi pra ajudar a fazer a diferença.
Não cantaram pelo show, nem aplaudiram uma grande vitória. O fizeram por alívio, orgulho e esperança.
Vascaíno nenhum sonha com o título. Mas tem o direito de sonhar em ser digno durante o campeonato, seja qual for a situação financeira do clube.
São 38 jogos. Agora 37.
Dignos, sóbrios.
Um Vasco que escreverá sua história através do suor, não dos toques de calcanhar.
Do seu grito de incentivo, não de cobrança.
De um time que não pode, mas quer. Num clube que deve querer, mas não pode.
abs,
RicaPerrone