É muita sacanagem
“Sacanagem”. Termo técnico para explicar toda e qualquer coisa que não sejamos capazes de explicar dentro de nossa frágil formação.
No dicionário jornalístico e por consequência popular do Brasil, “sacanagem” refere-se a tudo que alguém ou alguma empresa faz para torna-la mais rica. Até mesmo chamar uma clausula de sigilo de “segredo”.
A burrice é algo difícil de tratar. Mas ela nós perdoamos. O que fica realmente complicado engolir é a necessidade de se deturpar tudo em troca de uma manchete maldosa que caia no colo dos insinuadores famintos e do povo que acredita em tudo que ouve.
O contrato da CBF com a empresa pode ser questionado. Até deve. (atenção aqui! Leia duas vezes) Mas acusado por uma interpretação burra, covarde e amadora não.
Ninguém vendeu porra nenhuma. A seleção recebe pra jogar amistosos, como seu clube, como você pelo seu trabalho. Marcas pagam pra expor em dia de jogo do Brasil, alguém recebe e repassa uma parte a CBF.
Simples. Natural. Quase primário.
Mas sendo isso um negócio é preciso que seja bom para quem está pagando também. E para garantir que ninguém venderá um evento de “seleção brasileira” e chegará lá com o time de juniores, existem meios legais de se estipular isso.
Coloca-se num contrato o “Time A” e usam termos subjetivos para determinar que os convocados sejam o time principal do Brasil. Simples, como em qualquer amistoso que o seu clube faz em Manaus. Se você mandar o reserva, ganha menos.
A empresa parece não ter sede legal, não entendi bem essa parte porque o que de fato pode talvez importar ninguém explorou. Foram na manchete. Correram pra dizer pro povo: “A CBF faz o mesmo que todos os clubes do mundo! Bomba! Bomba!”.
E você fez cara de espanto.
Eu sei que somos um país de “gado”, que defendemos o mais fraco sempre e que por vocação achamos que qualquer coisa que gere lucro pra alguém é sacanagem.
Mas gerar lucro com manchetes maldosas e deturpar um acordo simples e previsível para transforma-lo em uma bomba de interpretação burra/oportunista é também “sacanagem”.
Aliás, mais do que a primeira. Afinal, só uma delas está em contrato assinado e com firma reconhecida pelas partes.
A CBF deve ter muito o que apurar. Não confiaria um real a quem esteve lá até agora, e não cometerei a injustiça de já taxar quem acabou de chegar de ladrão.
Mas daí a transformar uma clausula contratual que todo mundo sabia que existia, que é comum e até razoável em “venderam a seleção” é muita sacanagem.
Afinal, é muito mais fácil apertar o botão do “eu sabia!!!” num leitor do que o de “vamos entender como funciona?”.
Clausula pra ignorante – O blog não “defende” a entidade, não garante integridade nem mesmo apoia a forma como as coisas são conduzidas na CBF historicamente. Mas não concorda com sensacionalismo feito em cima da “ignorancia” popular sobre um contrato comercial.
abs,
RicaPerrone