Sem bola

Glória, Glória, Aleluia!

Ontem durante o Oscar eu morri de rir dos comentários e das brincadeiras com a Glória Pires.  Claramente ela não estava a vontade, ela não é comentarista, nunca fez isso, é natural que não tenha desenvoltura numa estréia.

Na web, como sempre digo, estão as pessoas mais fracassadas e infelizes do mundo junto das pessoas normais, que levam a vida numa boa e sabem rir das coisas.  Essa mistura confunde, mas as vezes esclarece.

O que muita gente tirou do tom divertido pra atacar ou desmerecer uma das nossas maiores artistas na verdade não passou de uma aula de simplicidade.

“Não vi”.  “Não posso opinar”.

No mundo onde todos nós temos uma opinião em 140 caracteres imediatamente após uma questão ser levantada, sem nem mesmo pensarmos sobre o tema, alguém ir na TV e dizer: “Não vi” é quase uma ofensa pessoal.

Como não viu? Ué, não vendo.

A simplicidade com que a Glória Pires disse não ter visto e não ter uma opinião sobre algo é tão humilhante pra nós, corneteiros virtuais, que de alguma forma nos atingiu.

Porque se ela, Glória Pires, “não viu” e “não pode opinar”, quem eu penso que sou pra ter tanta razão em ficar no twitter julgando o mundo o dia todo enquanto alguém produz de fato?

A vida é como um jogo de futebol. 70 mil pessoas assistem, 22 protagonizam. Alguns ajudam a fazer acontecer, a enorme maioria se limita a  vaias e aplausos.

“Não vi”, “não posso opinar” foi a coisa mais verdadeira de toda a noite do Oscar.

Hoje cedo Glória fez um vídeo. Não pra te ofender, mas pra dizer que se divertiu com os memes. E explicar, a quem quiser saber, que ela não é especialista e nem obrigada a saber tudo. Sorrindo, leve, como as pessoas de verdade devem ser.

A letra que separa o meme do mimimi é o que nos divide entre Glórias e Manés.

abs,
RicaPerrone

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